SINOPSE
Eles vieram do espaço. Eles vieram de Marte. Com tripés biomecânicos
gigantes, querem conquistar a Terra e manter os humanos como escravos.
Nenhuma tecnologia terrestre parece ser capaz de conter a expansão do
terror pelo planeta. É o começo da guerra mais importante da história.
Como a humanidade poderá resistir à investida de um potencial bélico tão
superior?Publicado pela primeira vez em 1898, A Guerra dos Mundos aterrorizou e divertiu muitas gerações de leitores. Esta edição especial contém as ilustrações originais criadas em 1906 por Henrique Alvim Corrêa, brasileiro radicado na Bélgica. Conta também com um prefácio escrito por Braulio Tavares, uma introdução de Brian Aldiss, membro da H. G. Wells Society, e uma entrevista com H. G. Wells e o famoso cineasta Orson Welles, responsável pelo sucesso radiofônico de A Guerra dos Mundos em 1938. Esta pode ser considerada a edição definitiva para fãs de Wells.
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Os marcianos somos nós, amanhã, quando a atmosfera do nosso planeta finalmente estiver irrespirável, quando tivermos esgotado todos os lençóis de água potável, quando o desequilíbrio entre as espécies animais e vegetais tiver precipitado sua extinção. Será a nossa vez de olhar em torno à procura de um ecossistema habitável. Certamente vamos fazê-lo um dia com os mesmos "intelectos vastos, frios e insensíveis" que Wells nos apresenta na página inicial do romance.
- Braulio Tavares (Prefácio, p.14-15)
Meu primeiro contato com o enredo de A Guerra dos Mundos foi através do filme de 2005 (Guerra dos Mundos), dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Cruise e Dakota Fanning. Para ser bem sincera, já não lembro de quase nada desse filme, mas sei que gostei bastante. Na época eu nem sabia que tinha sido baseado num livro (na verdade, só fiquei sabendo da existência dele no ano passado, graças a essa edição lindíssima da Suma de Letras). Por ter memória curta, não saberei comparar livro e filme, portanto, a partir do próximo parágrafo só falarei da obra literária.
Na trama, os marcianos chegam à Terra através de cilindros metálicos (nos arredores de Londres). Os humanos veem esses objetos caindo na superfície do planeta, mas nem fazem ideia do que se trata. Quando descobrem que são alienígenas, preparam um comitê de boas vindas, mas os visitantes não querem nem saber. Não estão aqui a passeio. Conhecedores avançados de tecnologia, os marcianos vieram armados com enormes tripés biomecânicos e armas de raios de calor e saem destruindo tudo o que cruzam seu caminho.
O objetivo fica claro: querem destruir os humanos e colonizar a Terra. A situação em Marte ficou bem complicada (atmosfera irrespirável, escassez de recursos etc.), portanto, estão em busca de um outro local no qual seu povo pode ficar a salvo. Nada do que os terráqueos tentam fazer para detê-los parece funcionar, sendo assim, A Guerra dos Mundos já parece ter o seu vencedor.
O livro é narrado por um homem que estava presente durante quase todos os acontecimentos, mas não sabemos o seu nome. Isso deixa a trama bem interessante, pois da forma como ela foi construída e narrada, esse homem poderia ser qualquer um de nós. A descrição do ambiente, principalmente quando ele está ficando parecido com Marte, é bem sombria; foi uma das partes que mais gostei da história.
Em alguns momentos, a narração ficou bem maçante, mas nada que comprometa o livro. H. G. Wells foi bem visionário ao descrever a tecnologia dos marcianos; está claro que ele estava bem à frente do seu tempo. Para quem gosta de ficção científica, esta é praticamente uma leitura obrigatória.
Uma coisa que me chamou a atenção na obra foi o paralelo entre a destruição causada pelos marcianos aos humanos e a destruição que nós mesmos infringimos a outras espécies. Destaco o seguinte trecho:
Mas, antes de os julgarmos com muita severidade, lembremos a destruição cruel e completa que nossa própria espécie impôs não só a animais, como os extintos bisões e dodôs, mas a suas próprias raças menores. Os tasmanianos, apesar da aparência humana, foram inteiramente dizimados numa guerra de extermínio promovida por imigrantes europeus no espaço de cinquenta anos. Será que somos realmente apóstolos da tolerância para nos queixarmos, quando os marcianos nos combateram com a mesma mentalidade? (p.47-48)
Fica aí a reflexão, baseada na citação de Braulio Tavares destacada no início da resenha: se a Terra, futuramente, estiver com atmosfera irrespirável, escassez de recursos e um terrível desequilíbrio em nosso ecossistema, não nos comportaríamos como os marcianos em busca de um local seguro? Já não nos comportamos assim a troco de muito menos?
Recomendo muito a leitura!
Caso conheça mais livros sobre ficção científica, sinta-se à vontade para deixar indicações nos comentários.
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Algumas ilustrações do livro, lindíssimas. |
Até a próxima, pessoal!
Informações gerais
Título da obra: A Guerra dos Mundos
Autor(a): H. G. Wells
Ano da edição lida: 2016
Editora: Suma de Letras
Páginas: 296
Classificação: ✯✯✯✯✯
Título da obra: A Guerra dos Mundos
Autor(a): H. G. Wells
Ano da edição lida: 2016
Editora: Suma de Letras
Páginas: 296
Classificação: ✯✯✯✯✯
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