quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Resenha | Pollyanna, de Eleanor H. Porter

Sinopse:

A pequena Beldingsville, uma típica cidadezinha do início do século XX na Nova Inglaterra, Estados Unidos, nunca mais seria a mesma depois da chegada de Pollyanna, uma órfã de 11 anos que vai morar com a tia, a irascível e angustiada Polly Harrington.

Por influência da menina, de uma hora para outra tudo começa a mudar no lugarejo. Tia Polly aos poucos torna-se uma pessoa melhor, mais amável, e o mesmo acontece com praticamente todos os que conhecem a garota e seu incrível "Jogo do Contente". Uma otimista incurável, Pollyanna não aceita desculpas para a infelicidade e empenha-se de corpo e alma em ensinar às pessoas o caminho para superar a tristeza.

Pollyanna é uma história sobre o amor, a amizade e, sobretudo, sobre o surpreendente poder de transformação que os jovens e as crianças podem ter, sem se dar conta.


Pollyanna, publicado em 1913, é um clássico da literatura infantojuvenil. É um daqueles livros que nos faz refletir profundamente sobre como levamos nossa vida e encaramos nossos problemas.

Polly Harrington é uma mulher rica e solteira que vive em uma grande casa em Beldingsville. Embora tenha alguns empregados é, na realidade, uma solitária. Num determinado dia, recebe uma carta informando que sua sobrinha Pollyanna, de 11 anos, havia se tornado órfã e solicitando que, se possível, a acolhesse em sua casa e se tornasse sua responsável, uma vez que era a parente mais próxima da garota. Profundamente contrariada, só aceita porque considera que este é o seu dever. Aliás, Harrington é extremamente devotada ao dever e parece sempre angustiada e insatisfeita com a vida.

Pollyanna, por sua vez, é uma garota alegre e muito curiosa. Seu entusiasmo é tanto que chega a cansar o leitor (no caso, eu) em alguns momentos. Mal nota que a tia preferiria que ela não estivesse em sua casa, de tão entusiasmada e contente que estava por ter sido acolhida. Uma otimista incurável, tenta ensinar a todos os moradores da pequena cidade o tal "Jogo do Contente", que consistia em encontrar motivos para estar feliz mesmo em situações (bem) adversas. É aquela velha história: poderia ser pior.

Este é um livro, de certa forma, provocativo. A maioria de nós tem mania de reclamar de praticamente tudo e de se lamentar ao menor sinal de problema. Ou está muito quente, ou está muito frio; ou chove demais, ou não chove nada; ou estamos sobrecarregados, ou não temos nada para fazer; ou seja, quase sempre queremos o contrário daquilo que temos ou podemos ter. Para os sofredores de plantão (e eu me incluo nessa às vezes), esta é uma excelente história para reflexão. Todos nós passamos por dificuldades em algum momento da nossa vida e temos todo o direito de nos sentirmos tristes, chateados ou irritados, mas não podemos deixar que esses sentimentos negativos e pessimistas tomem conta de nossa vida. E é isso que esta obra tenta nos mostrar.

Uma frase marcante de Pollyana é:

Muitas vezes me acontece de brincar o jogo do contente sem pensar, a gente fica tão acostumada que brinca sem saber. Em tudo há sempre uma coisa capaz de deixar a gente alegre; a questão é descobri-la.

Esqueci de anotar a página em que esta citação se encontra e o livro não está mais comigo, portanto, me desculpem. Sobre a frase, tenho a seguinte consideração: não sei bem ao certo se em tudo existe alguma coisa que nos consiga deixar alegres, até porque isso me parece meio chato. Estar sempre da mesma forma (mesmo que seja alegre) deve ser cansativo, principalmente para os outros. O que eu acho é que devemos aprender com os nossos erros e problemas e encontrar uma forma de superar as adversidades da melhor maneira possível. Não podemos nos colocar numa posição confortável de reclamação e lamentação; é preciso agir, mas isso não significa que estaremos alegres o tempo todo.

Pollyanna me irritava às vezes, justamente por causa do seu otimismo constante. Por outro lado, as reclamações persistentes de alguns personagens também me desgastavam. Essas minhas impressões vão justamente de encontro com meu parágrafo anterior: reclamar demais é chato, mas ficar "saltitando de alegria" o tempo todo também é chato.

Como foi dito no início desta resenha, este é um clássico infantojuvenil e possui uma linguagem simples e, por isso mesmo, acessível a todos os públicos. O conteúdo, entretanto, é de uma profundidade impressionante. Li esta obra por indicação (e empréstimo) da minha amiga Mari (que também me indicou Bela Maldade, cuja resenha você pode conferir AQUI) e a agradeço muito, pois se não fosse desta forma, eu não teria tomado conhecimento desta história tão bonita.

LIVRO RECOMENDADO para todas as idades! :D

Abraços e até a próxima!


Informações gerais 
Título da obra: Pollyanna
Autor(a): Eleanor H. Porter
Ano da edição lida: 2004
Editora: Companhia Editora Nacional
Páginas: 183
Classificação no Skoob: ✯✯✯✯

2 comentários:

  1. Olá Li.

    Concordo em número, gênero e grau com sua resenha. Vivenciamos momentos em que as pessoas não se satisfazem com nada (se bobear, nem com a própria morte) e infelizmente não percebem que afetam diretamente ou indiretamente aqueles que estão em sua volta. Realmente não acho que a pessoa deva "forçar" para estar sempre feliz e querendo agradar a todos, mas acredito que sempre podemos fazer um esforcinho para conseguirmos estar de bem pelo menos conosco. Quando fazemos as coisas com alegria realmente se torna muito mais fácil do que ficar resmungando e esperando que tudo se faça sozinho.

    Adorei seu ponto de vista sobre a história e com certeza ainda virão muitas trocas de livros.

    Beijos

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    Respostas
    1. Oi, Mari!
      Obrigada pelo comentário! :)
      O livro realmente é uma lição de vida. Mais pessoas deveriam lê-lo.
      Aguardando ansiosamente por novas trocas, hehe ;D
      Beijos!

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