segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Resenha | Evangelho de Sangue, de Clive Barker


SINOPSE
Clive Barker retorna à sua poderosa voz narrativa em grande estilo. Evangelho de Sangue é o sombrio, sangrento e brutal épico do terror, narrado pelo mestre inquestionável do gênero, e ansiosamente aguardado pelos fãs.
Evangelho de Sangue oferece uma junção clara dentro do universo de Barker. Os leitores mais atentos já perceberam que as histórias dele se passam em um mesmo universo, mas, agora, o mundo de Hellraiser é explicitamente unido ao do detetive Harry D’Amour – que aparece em outras histórias do autor, como o conto “The Last Illusion”, presente no sexto volume dos Livros de Sangue, e no romance Everville.
D’Amour, que se dedica a investigar casos sobrenaturais, mágicos e malignos, vem encarando seus demônios pessoais há anos. Quando ele se depara com uma Caixa das Lamentações, seus demônios internos são substituídos por demônios de verdade conforme ele se vê enredado em um terrível jogo de gato e rato, absolutamente complexo, sangrento e perturbador. Evangelho de Sangue reconduz os leitores ao tempo marcado por dois de seus mais icônicos personagens, que conduzem a história em uma batalha entre o bem e o mal tão antiga quanto o tempo, onde o autor conecta a mitologia de Hellraiser ao Inferno bíblico.
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Quando peguei esse livro para ler pela primeira vez, em dezembro de 2016, fiquei traumatizada com o prólogo e não quis saber dele por um tempo. Mas como sou brasileira e não desisto nunca, coloquei-o na meta de 2017 e, em maio, nas minhas férias, finalmente criei coragem para lê-lo. Sinceramente, nem era pra tanto, vai... Sou mesmo uma #dramaqueen. Fala sério.

No prólogo, Pinhead (ou o Sacerdote do Inferno, mas Pinhead é mais degradante e, portanto, mais adequado) está completamente maluco e sanguinário e destrói tudo (ou todos) que vê pela frente. Como eu disse anteriormente, fiquei bastante chocada numa primeira leitura, já que tem muito sangue e vísceras rolando por toda parte, mas depois achei que não foi tão grave assim (quer dizer, foi, mas eu não liguei). Pinhead estava em busca de conhecimento, portanto, caçou todos os magos do mundo em busca de sabedoria. E por que ele queria tanto saber? Só lendo para descobrir, porque não vou contar! :D

Do outro lado, temos Harry D'Amour, um investigador de casos sobrenaturais, que acaba caindo numa armadilha e abrindo a Caixa das Lamentações (quem já leu Hellraiser sabe quão adoráveis são as coisas que acontecem com quem abre essa belezinha #ironia). E quem aparece para Harry? Pinhead, é claro! O Sacerdote do Inferno o convida para testemunhar certos fatos que acontecerão no Inferno. A princípio, Harry recusa, mas não é como se ele tivesse muitas opções, né? Pinhead apronta uma para cima dele que o deixa sem escolhas, portanto, a maior parte do livro se passa no Inferno, quando D'Amour e seus amigos partem em busca do cenobita para testemunhar o que quer que seja.

Para ser sincera, eu estava esperando um livro bem gore, com muito sangue, vísceras, desmembramentos e todas essas coisas *nojentas* voando pra lá e pra cá, mas felizmente isso não aconteceu. No prólogo realmente tem isso, mas depois a trama assume ares mais aventureiros. Gostei muito da representação do Inferno, combinou com o clima do livro e tornou tudo bem mais interessante. Gostei também do Harry e seus amigos, são personagens muito carismáticos que contribuíram bastante para o desenvolvimento da história.

O que me deixou um pouco chateada foi o comportamento do Pinhead. Pela fama que ele e todos os cenobitas têm, achei que suas ações no livro deixaram a desejar. A "batalha final" também não me agradou, foi bem frustrante. Isso vai parecer meio contraditório, porque eu acabei de mencionar que esperava um pouco mais do Sacerdote do Inferno (no sentido de ser mau), mas lá pelo final da trama ele faz uma coisa que me deixou bem pistola, foi desnecessário, não era bem naquilo que eu estava pensando quando disse que queria mais maldade.

Enfim, é um livro bom. O universo que Clive Barker criou é interessantíssimo, assim como os próprios cenobitas e todo o esquema da Caixa das Lamentações, sem dúvida. Meu problema com essa obra está no comportamento e nas motivações do Pinhead e na batalha final. Hellraiser é infinitamente melhor! Mesmo assim, se você tem interesse nesse tipo de história, eu recomendo, sim, a leitura. Até porque, pode ser que você goste muito da trama. :)

Obs.: Evangelho de Sangue NÃO é uma continuação de Hellraiser (e nem o contrário).

Até a próxima, pessoal!


Informações gerais
Título da obra: Evangelho de Sangue
Autor(a): Clive Barker
Ano da edição lida: 2016
Editora: DarkSide Books
Páginas: 320
Classificação: ✯✯✯

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