SINOPSE
A festa da insignificância coloca em cena quatro amigos parisienses que vivem numa deriva inócua, característica de uma existência contemporânea esvaziada de sentido. Eles passeiam pelos jardins de Luxemburgo, se encontram numa festa sinistra, constatam que as novas gerações já se esqueceram de quem era Stálin, perguntam-se o que está por trás de uma sociedade que, ao invés dos seios ou das pernas, coloca o umbigo no centro do erotismo.
Na
forma de uma fuga com variações sobre um mesmo tema, Kundera transita
com naturalidade entre a Paris de hoje em dia e a União Soviética de
ontem, propondo um paralelo entre essas duas épocas. Assim o romance
tematiza o pior da civilização e lança luz sobre os problemas mais
sérios com muito bom humor e ironia, abraçando a insignificância da
existência humana.
Mas será insignificante, a insignificância?
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Sempre quis conhecer o trabalho de Milan Kundera através do livro A insustentável leveza do ser, mas como eu só tinha A festa da insignificância na minha estante, pensei: "vai você mesmo, filhão!". Lembro que houve bastante alarde durante o lançamento desta obra, que ocorreu em 2014, principalmente pelo fato de que o autor não publicava romances há 14 anos.
A história se passa em Paris e acompanha o cotidiano de quatro amigos: Alain, Ramon, Charles e Calibã. Conhecemos também D'Ardelo e Quaquelique, que possuem papéis interessantes na trama. Eu realmente não sabia muito bem o que esperar do livro, mas me surpreendi positivamente ao ver que o autor consegue transformar até mesmo a insignificância em algo muito interessante.
A leitura flui muito rápido, principalmente porque os capítulos são bem curtinhos. A princípio temos a impressão de que a história não faz sentido algum, pois os assuntos abordados são aleatórios, os personagens têm pensamentos supérfluos e se importam com coisas que, na realidade, não têm importância alguma. Mas refletindo bem sobre tudo isso, nossa vida não é um pouco assim também? (quer dizer, claro que em nosso cotidiano talvez não encontremos exatamente uma pessoa que finge ser de outra nacionalidade ou que inventa uma doença grave, mas com certeza nos deparamos com assuntos aleatórios e pensamentos totalmente supérfluos).
Confesso que não entendi algumas passagens e referências filosóficas, mas isso não prejudicou minha opinião sobre o livro. Talvez muitos leitores se decepcionem pela "simplicidade" do enredo, mas eu o considero muito instigante, principalmente no que se refere ao sentido da insignificância. Afinal, seria insignificante a insignificância?
A história se passa em Paris e acompanha o cotidiano de quatro amigos: Alain, Ramon, Charles e Calibã. Conhecemos também D'Ardelo e Quaquelique, que possuem papéis interessantes na trama. Eu realmente não sabia muito bem o que esperar do livro, mas me surpreendi positivamente ao ver que o autor consegue transformar até mesmo a insignificância em algo muito interessante.
A leitura flui muito rápido, principalmente porque os capítulos são bem curtinhos. A princípio temos a impressão de que a história não faz sentido algum, pois os assuntos abordados são aleatórios, os personagens têm pensamentos supérfluos e se importam com coisas que, na realidade, não têm importância alguma. Mas refletindo bem sobre tudo isso, nossa vida não é um pouco assim também? (quer dizer, claro que em nosso cotidiano talvez não encontremos exatamente uma pessoa que finge ser de outra nacionalidade ou que inventa uma doença grave, mas com certeza nos deparamos com assuntos aleatórios e pensamentos totalmente supérfluos).
Confesso que não entendi algumas passagens e referências filosóficas, mas isso não prejudicou minha opinião sobre o livro. Talvez muitos leitores se decepcionem pela "simplicidade" do enredo, mas eu o considero muito instigante, principalmente no que se refere ao sentido da insignificância. Afinal, seria insignificante a insignificância?
[...] A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la. (p.132)
O livro é bem curtinho e possui umas citações muito interessantes. Só as passagens sobre Stálin já valem muito a pena. Recomendo a leitura.
Até a próxima, pessoal!
Informações gerais
Título da obra: A festa da insignificância
Autor(a): Milan Kundera
Ano da edição lida: 2014
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 136
Classificação: ✯✯✯✯✯
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