quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Resenha | O planeta dos macacos, de Pierre Boulle


SINOPSE
Em um futuro não muito distante, três astronautas pousam em um planeta bastante parecido com a Terra, repleto de florestas luxuriantes e com clima ameno e ar perfeitamente respirável. Mas esse lugar - um pretenso paraíso - não é o que parece. Em pouco tempo, os desbravadores do espaço descobrem a terrível verdade: nesse mundo, seus pares humanos não passam de bestas selvagens a serviço da espécie dominante... os macacos.
Desde as primeiras páginas até o surpreendente final - ainda mais impactante do que a famosa cena final do filme de 1968 -, O planeta dos macacos é um romance de tirar o fôlego, temperado com boa dose de sátira. Nele, Boulle revisita algumas das questões mais antigas da humanidade: o que define o homem? O que nos diferencia dos animais? Quem são os verdadeiros inimigos de nossa espécie?
Publicado pela primeira vez em 1963, o livro inspirou uma das mais bem-sucedidas franquias da história do cinema, tendo início no clássico de 1968, estrelado por Charlton Heston, passando por diversas sequências e chegando às adaptações cinematográficas mais recentes. Com milhões de exemplares vendidos ao redor do mundo, O planeta dos macacos é um dos maiores clássicos da ficção científica, imprescindível aos fãs da cultura pop.
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Mas é claro que eu nunca assisti a franquia cinematográfica baseada nesse livro. Sério, preciso urgentemente diversificar meus hábitos culturais, senão não sobreviverei nesta indústria vital (risos). Em minha defesa (nem tão defesa assim), sempre pensei que esses filmes fossem de terror (????). Não me perguntem de onde tirei essa ideia mirabolante. ='(

O fato é que sempre procuro ler os livros que inspiraram grandes filmes, portanto, não foi diferente com O planeta dos macacos. Eu tinha certeza de que me arrependeria profundamente dessa minha ideia, pois imaginava uma trama completamente maçante, mas fui surpreendida positivamente: o livro é incrível!

Como a própria sinopse nos adianta, três astronautas franceses estão desbravando o espaço e, ao chegar próximo a Betelgeuse - uma estrela similar ao sol, só que estupendamente maior -, encontram um planeta muito parecido com a Terra. Após uma breve exploração, levam um choque: os humanos daquele lugar não passam de selvagens, completamente destituídos de espírito. Os macacos são os seres dominantes e os utilizam como cobaias para seus experimentos e para muitas outras atividades "degradantes".

Quem narra a história é Ulysse Mérou, um dos viajantes. Ele descreve tudo o que acontece em sua estadia por lá, inclusive suas tentativas de se comunicar com os macacos e de lhes provar sua racionalidade. Muitas coisas me impressionaram no livro, mas uma delas foi sentir muita raiva dos símios por causa dos experimentos - muitas vezes extremamente cruéis - que eles aplicavam aos humanos, e logo após perceber que aquilo é exatamente o que nós fazemos com os animais por aqui. Ter consciência de que era a nossa representação ali me deixou deprimida.

Uma das principais mensagens do livro - e que sempre a levarei comigo - é o fato de que é muito fácil nos acomodarmos com determinada situação e, em decorrência disso, perdermos o espírito, nossa vontade de lutar e a nossa humanidade. O final da história é absolutamente surpreendente, mas depois de refletir bem sobre o assunto, concluí que uma obra-prima como essa não poderia terminar de forma diferente.

Sensacional da primeira à última página, essa é a definição mais justa para esse livro! ♥

Obs.: esta edição da Aleph contém uma entrevista com o autor da obra e mais outros dois textos que são um ótimo complemento à leitura.

Até a próxima, pessoal!


Informações gerais
Título da obra: O planeta dos macacos
Autor(a): Pierre Boulle
Ano da edição lida: 2015
Editora: Aleph
Páginas: 216
Classificação: ✯✯✯✯✯

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