segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Resenha | Jogador Nº 1, de Ernest Cline


SINOPSE
Cinco estranhos e uma coisa em comum: a caça ao tesouro. Achar as pistas nesta guerra definirá o destino da humanidade. Em um futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada OASIS. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna. Como a maior parte da humanidade, o jovem Wade Watts escapa de sua miséria no OASIS. Mas ter achado a primeira pista para o tesouro deixou sua vida bastante complicada. De repente, parece que o mundo inteiro acompanha seus passos, e outros competidores se juntam à caçada. Só ele sabe onde encontrar as outras pistas: filmes, séries e músicas de uma época em que o mundo era um bom lugar para se viver. Para Wade, o que resta é vencer – pois esta é a única chance de sobrevivência.
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Quando comecei a ler Jogador Nº 1, eu não tinha nenhuma expectativa. Disseram que o livro era bom e eu queria algo mais leve do que minhas leituras anteriores, então me pareceu uma boa ideia mergulhar no mundo dos games e dos anos 80. Embora nenhum desses assuntos sejam minha "especialidade", gostei muito da obra.

A história de passa em 2045, ou seja, um futuro não muito distante. A situação do planeta não está nada boa: há uma enorme crise energética e a maioria da população vive na extrema pobreza. Para escapar da realidade, muitos vivem conectados ao OASIS - um jogo de imersão totalmente interativo que permite ao usuário ser tudo aquilo que ele quiser ser. James Halliday, o criador desse sucesso absoluto, faleceu e deixou um testamento muito curioso: toda a sua imensa fortuna e o controle total do jogo seriam entregues àquele que encontrasse seu Easter Egg, tão cuidadosamente escondido naquele gigantesco universo. Os competidores teriam que desvendar pistas, encontrar três chaves e três portões, para só então vencer o concurso.

Wade Watts, o protagonista, é um jovem órfão de 17 anos que vive com a tia desagradável num parque de trailers. Socialmente desajustado e pobre, passa horas e horas do seu dia conectado ao OASIS - num esconderijo - e dedica-se ao estudo dos aspectos culturais dos anos 80, pois é com base nesse conhecimento que o tesouro de Halliday pode ser encontrado. Nem todos os participantes do concurso, entretanto, eram pessoas de bem: algumas delas estavam realmente dispostas a matar se fosse necessário. Sendo o primeiro a desvendar a primeira charada, não é exagero dizer que Wade não estava numa situação muito confortável.

E é a partir dessa descoberta que a história passa a ter mais ação, tanto no mundo virtual quanto no real. Gostei da forma como o autor explicou o funcionamento do OASIS, mas em alguns momentos havia detalhe demais. Ele também caprichou nas referências aos anos 80, que eram de extrema importância para a história, mas também havia informação em excesso; chegava a ser cansativo às vezes. Algumas coisas que, a princípio, não pareciam fazer muito sentido foram rapidamente explicadas pelo autor, deixando tudo parecer fácil demais, forçado demais. Quase não houve emoção e reviravoltas.

Mas nada disso tira o mérito do livro: ele é realmente bom e consegue prender a atenção do leitor. A leitura é bem tranquila, informativa (conhecimentos sobre a década de 80) e garante boas aventuras. Não sou muito fã de jogos, mas fiquei bem interessada pelas referências aos games antigos.

Aí vai um trecho do livro para reflexão:

Ali, sob as luzes fluorescentes de meu pequeno apartamento de um cômodo, não havia modo de escapar da verdade. Na vida real, eu não passava de um ermitão antissocial. Um recluso. Um geek pálido obcecado pela cultura pop. Um introvertido agorafóbico, sem amigos, família ou contato com pessoas. Eu era apenas mais uma alma triste, perdida e solitária, desperdiçando a vida em um videogame. (p.251)

Recomendo a leitura!

Até a próxima, pessoal!

Informações gerais
Título da obra: Jogador Nº 1
Autor(a): Ernest Cline
Ano da edição lida: 2012
Editora: Leya
Páginas: 464
Classificação: ✯✯✯✯

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Book Haul | Janeiro de 2016

Eu sei que a imagem não está muito boa, mas eu juro que foi com a melhor das intenções! :D


Olá, pessoal!
Tudo bem com vocês?

Janeiro é o mês do meu aniversário (uhuuuu :D) e eu finalmente consegui ganhar muitos livros de presente (obrigada, família!). \o/ Alguns deles (três) eu mesma comprei, afinal de contas, quer motivo maior para se auto presentear? Vamos conferir o que temos de bom?
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Sherlock Holmes - Romances (volume 1),
de Sir Arthur Conan Doyle

Sherlock Holmes - Contos (volume 2),
de Sir Arthur Conan Doyle


Livros do Sherlock Holmes dispensam sinopse, né? Publicada pela Martin Claret, esta obra em dois volumes contém todos os trabalhos de Conan Doyle envolvendo o detetive mais famoso do mundo.

No primeiro volume, o de Romances, temos quatro livros em um: Um estudo em vermelho, O signo dos quatro, O cão dos Baskervilles e O vale do terror. Já li todos eles (em edições mais simples, claro!).

No segundo volume, o de Contos, temos cinco livros em um: As aventuras de Sherlock Holmes, Memórias de Sherlock Holmes, A volta de Sherlock Holmes, O último adeus de Sherlock Holmes e Os arquivos de Sherlock Holmes. Infelizmente, ainda não consegui ler todos os seus contos.

Pretendo fazer uma "Maratona Sherlock Holmes" em breve. Aguardem! ;)
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Olhar Mortal,
de Fergus McNeill

Sinopse
Nunca cruze olhares com Robert Naysmith. Por trás de um sorriso simpático e um terno bem cortado há um predador examinando cada detalhe, estudando a rotina de sua presa, descobrindo o melhor momento para atacar. Um homem meticuloso que segue regras rígidas para cometer seus assassinatos. Um homem acima de suspeitas, com um bom trabalho, uma linda namorada e uma vida confortável.


O mundo inteiro sabe que ficção policial é um dos meus gêneros literários favoritos da vida (acho que é o mais favoritos de todos, inclusive). Se o negócio envolve serial killers, é amor à primeira página! Livros assim estimulam o nosso raciocínio, desafiam nossa percepção da história, provocam tensão do início ao fim e, normalmente, possuem reviravoltas impressionantes. Não sei se é o caso desse livro, mas estou muito animada e pretendo lê-lo em breve.
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Tripulação de esqueletos,
de Stephen King

Sinopse (resumida)
Nesta coletânea de 22 contos somos apresentados ao universo que tornou Stephen King conhecido como um dos mais aclamados escritores da atualidade, as histórias de terror.
O livro revela o talento de King como criador de enredos aterrorizantes e envolventes. Os contos transitam com desenvoltura pelo mais puro horror na forma de criaturas abomináveis, passando por um terror psicológico de gelar o sangue.
Com uma consistente seleção de histórias, a obra consegue prender a atenção do leitor com argumentos inusitados e situações de conflito bem amarradas e instigantes. Onde termina o pesadelo e começa a realidade? Até que ponto a mente humana pode suportar o terror?


Sim, eu tive que resumir a sinopse (ela era tão grande que parecia até outro livro).

Sou aquele tipo de pessoa que não desiste nunca: tenho dúzias de livros não lidos do mestre King na estante, mas eu sempre quero mais um. Não sei qual é o meu problema. :(

Confesso que Tripulação de esqueletos me atraiu pelo nome, mas tenho quase certeza de que vou gostar muito dos contos (ou pelo menos da maioria deles). Também estou ansiosa para começar a leitura! :D

Com tantos presentes bons, estou quase perdendo as esperanças de conseguir cumprir minhas metas literárias para 2016! hehehe #olhaadesculpa
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O menino dos fantoches de Varsóvia,
de Eva Weaver

Sinopse
Mesmo diante de uma vida extremamente difícil, há esperança. E às vezes essa esperança vem na forma de um garotinho, armado com uma trupe de fantoches - um príncipe, uma menina, um bobo da corte, um crocodilo. O avô de Mika morreu no gueto de Varsóvia e o menino herdou não apenas o seu grande casaco, mas também um tesouro cheio de segredos. Em um bolso meio escondido, ele encontra uma cabeça de papel machê, um retalho... o príncipe. E um teatro de fantoches seria uma maneira incrível de alegrar o menininho que está doente, os vizinhos que moram em um quartinho apertado. Logo o gueto inteiro só fala do mestre de fantoches - até chegar o dia em que Mika é parado por um oficial alemão e empurrado para uma vida obscura.
Esta é uma história sobre sobrevivência. Uma jornada épica, que atravessa continentes e gerações, de Varsóvia à Sibéria, e duas vidas que se entrelaçam em meio ao caos da guerra. Porque mesmo em tempo de guerra existe esperança.


Holocausto é meu grande ponto fraco na literatura e na vida. Sempre tem um olho nas minhas lágrimas quando leio qualquer coisa sobre esse período. Eu esperava uma tristeza profunda durante a leitura, mas o livro é muito mais bonito do que triste (embora ele seja realmente triste, claro).

Como sou uma pessoa ansiosa, vocês perceberam que eu já li a obra, né? hehe... Em breve teremos resenha.
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Sangue na Neve,
de Lisa Gardner

Sinopse
A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência. A policial também não fez questão de fugir ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D. D. Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples.
No entanto, ao abrir o inquérito, D. D. terá uma surpresa: este não é o primeiro homicídio de Tessa Leoni e, afinal, onde está a filhinha de seis anos da policial? Será que ela realmente atirou em seu marido para matá-lo? Uma mãe seria capaz de prejudicar intencionalmente sua filha?
D. D. Warren, a experiente detetive que acredita que desvendar um caso é como mergulhar na vida do criminoso, enfrentará mais uma investigação que a levará a uma busca frenética por uma criança desaparecida enquanto tenta encaixar as peças de um mistério familiar que a levará a quebrar os muros do corporativismo policial.


Eu deveria estar lendo os livros listados nas minhas metas literárias de 2016, mas o que estou fazendo? Lendo os livros que ganhei de presente de aniversário, lógico! :D

Em minha defesa, tem como resistir a uma sinopse como essa? Uma pessoa que ama ficção policial não pode ter conhecimento dessas coisas...

Aguardem resenha!
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Bandeira Negra - Assassin's Creed #6,
de Oliver Bowden

Sinopse
É a era de ouro da pirataria e o novo mundo atrai todas as atenções. Edward Kenway - o jovem, impetuoso e ambicioso filho de um mercador de lã - não resiste ao fascínio de uma vida de glórias e riquezas em alto-mar.
Quando a herdade da família é atacada, parece ser a oportunidade perfeita para Kenway escapar dos grilhões da responsabilidade, içar velas e levantar âncora. No mar, ele logo conquista a reputação de um dos mais letais corsários de sua época.
Mas ganância, ambição e traição o seguem de perto. E assim que evidências de uma conspiração mortal começam a vir à tona, ameaçando destruir tudo o que mais ama, Kenway não consegue resistir ao clamor da vingança.
Dividido entre lealdade e paixões, intriga e cobiça, terra e mar, ele é arrastado para o centro de uma luta muito mais antiga do que imagina. Uma contenda que o fará escolher... entre Assassinos e Templários.


Moço, escolha os Assassinos, por favor! ♥

Renascença - Assassin's Creed #1 foi o primeiro livro que li em 2016 e gostei muito da leitura. Eu já tenho as duas sequências e este aumentará minha coleção. ;)

Tudo bem que eu ainda vou demorar um pouquinho para lê-lo, mas estou animada desde já!
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Alien,
de Alan Dean Foster

Sinopse
A tripulação da nave Nostromo é despertada antes do tempo de seu sono criogênico. Misteriosos sinais vindos dos confins do espaço são recebidos pelo computador de bordo e a equipe é acionada para investigar um planeta desconhecido. Um tripulante é atacado por uma forma de vida estranha e esse pode ser o início de uma história pior que os mais terríveis pesadelos da humanidade.


Eu nunca assisti Alien, nem Alien vs. Predador, nem nada do tipo. Isso tem muito mais a ver com medo do que com preguiça, eu juro. Livros de terror (ou quase isso) eu encaro sem problemas, mas filmes, não tem jeito. Espero gostar dessa leitura.

Obs.: tem como não amar essa capa? A Aleph é mesmo muito diva!
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Queimando na água, afogando-se na chama,
de Charles Bukowski

Sinopse (resumida)
Álcool, apostas e mulheres: estes foram alguns dos temas que consagraram Charles Bukowski como um dos maiores escritores underground contemporâneos. Mas em Queimando na água, afogando-se na chama, fica evidente que ele já explorava tais assuntos muito antes de se notabilizar como o "velho safado". Esta coletânea de poemas, escritos originalmente entre 1955 e 1973, pinta o retrato do autor como um ilustre desconhecido, no auge de seus trinta anos. Entre porres e reflexões, corridas de cavalo e amantes (sem contar uma passagem alucinada por Nova Orleans), Bukowski testa limites não apenas no seu dia a dia, mas também nos vários experimentos poéticos que realiza no período - já demonstrando a verve que o tornaria famoso anos mais tarde.


Os deuses da literatura me disseram: "não pode faltar Bukowski nos seus Book Hauls". OK então.

Para mim, o velho safado dispensa apresentações. Seus textos abordam, em sua maioria, temas marginais e contêm doses de verdades tão nuas e cruas que mais parecem um tapa na cara. Adoro as reflexões que seus livros me provocam.
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Armadilhas,
de Roderick Gordon e Brian Williams

Espirais,
de Roderick Gordon e Brian Williams

Série Túneis #4 e #5


Sinopses de livros que compõem séries quase sempre possuem spoilers. Por este motivo, nem vou me atrever a procurá-las.

Eu li o primeiro livro da Série Túneis, cujo nome é Túneis (hehe...), em dezembro de 2014 e me lembro de ter gostado muito da obra. Desde então, fiquei muito empolgada para concluir a coleção, composta por seis livros. Esses eram os únicos que faltavam! :D

Em breve lerei as continuações e postarei resenhas para vocês!
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Por hoje é só!

Espero que tenham gostado dos livros. Alguns deles já terão resenhas nas próximas semanas, aguardem!

Até mais! :)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Resenha | O planeta dos macacos, de Pierre Boulle


SINOPSE
Em um futuro não muito distante, três astronautas pousam em um planeta bastante parecido com a Terra, repleto de florestas luxuriantes e com clima ameno e ar perfeitamente respirável. Mas esse lugar - um pretenso paraíso - não é o que parece. Em pouco tempo, os desbravadores do espaço descobrem a terrível verdade: nesse mundo, seus pares humanos não passam de bestas selvagens a serviço da espécie dominante... os macacos.
Desde as primeiras páginas até o surpreendente final - ainda mais impactante do que a famosa cena final do filme de 1968 -, O planeta dos macacos é um romance de tirar o fôlego, temperado com boa dose de sátira. Nele, Boulle revisita algumas das questões mais antigas da humanidade: o que define o homem? O que nos diferencia dos animais? Quem são os verdadeiros inimigos de nossa espécie?
Publicado pela primeira vez em 1963, o livro inspirou uma das mais bem-sucedidas franquias da história do cinema, tendo início no clássico de 1968, estrelado por Charlton Heston, passando por diversas sequências e chegando às adaptações cinematográficas mais recentes. Com milhões de exemplares vendidos ao redor do mundo, O planeta dos macacos é um dos maiores clássicos da ficção científica, imprescindível aos fãs da cultura pop.
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Mas é claro que eu nunca assisti a franquia cinematográfica baseada nesse livro. Sério, preciso urgentemente diversificar meus hábitos culturais, senão não sobreviverei nesta indústria vital (risos). Em minha defesa (nem tão defesa assim), sempre pensei que esses filmes fossem de terror (????). Não me perguntem de onde tirei essa ideia mirabolante. ='(

O fato é que sempre procuro ler os livros que inspiraram grandes filmes, portanto, não foi diferente com O planeta dos macacos. Eu tinha certeza de que me arrependeria profundamente dessa minha ideia, pois imaginava uma trama completamente maçante, mas fui surpreendida positivamente: o livro é incrível!

Como a própria sinopse nos adianta, três astronautas franceses estão desbravando o espaço e, ao chegar próximo a Betelgeuse - uma estrela similar ao sol, só que estupendamente maior -, encontram um planeta muito parecido com a Terra. Após uma breve exploração, levam um choque: os humanos daquele lugar não passam de selvagens, completamente destituídos de espírito. Os macacos são os seres dominantes e os utilizam como cobaias para seus experimentos e para muitas outras atividades "degradantes".

Quem narra a história é Ulysse Mérou, um dos viajantes. Ele descreve tudo o que acontece em sua estadia por lá, inclusive suas tentativas de se comunicar com os macacos e de lhes provar sua racionalidade. Muitas coisas me impressionaram no livro, mas uma delas foi sentir muita raiva dos símios por causa dos experimentos - muitas vezes extremamente cruéis - que eles aplicavam aos humanos, e logo após perceber que aquilo é exatamente o que nós fazemos com os animais por aqui. Ter consciência de que era a nossa representação ali me deixou deprimida.

Uma das principais mensagens do livro - e que sempre a levarei comigo - é o fato de que é muito fácil nos acomodarmos com determinada situação e, em decorrência disso, perdermos o espírito, nossa vontade de lutar e a nossa humanidade. O final da história é absolutamente surpreendente, mas depois de refletir bem sobre o assunto, concluí que uma obra-prima como essa não poderia terminar de forma diferente.

Sensacional da primeira à última página, essa é a definição mais justa para esse livro! ♥

Obs.: esta edição da Aleph contém uma entrevista com o autor da obra e mais outros dois textos que são um ótimo complemento à leitura.

Até a próxima, pessoal!


Informações gerais
Título da obra: O planeta dos macacos
Autor(a): Pierre Boulle
Ano da edição lida: 2015
Editora: Aleph
Páginas: 216
Classificação: ✯✯✯✯✯

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Resenha | O oceano no fim do caminho, de Neil Gaiman


SINOPSE
Sussex, Inglaterra. Um homem de meia-idade volta à casa onde passou a infância para um funeral. Embora a construção não seja mais a mesma, ele é atraído para a fazenda no fim da estrada onde, aos sete anos, conheceu uma garota extraordinária, Lettie Hempstock, que morava com a mãe e a avó. Ele não pensava em Lettie há décadas, mas mesmo assim, ao se sentar à beira do lago (o mesmo a que ela se referia como um oceano) nos fundos da velha fazenda, o passado esquecido volta de repente. E é um passado estranho demais, assustador demais, perigoso demais para ter acontecido de verdade, especialmente com um menino.
Quarenta anos antes, um homem cometeu suicídio dentro de um carro roubado no fim da estrada que dava na fazenda. Sua morte foi o estopim, com consequências inimagináveis. A escuridão foi despertada, algo estranho e incompreensível para uma criança. E Lettie - com sua magia, amizade e a sabedoria digna de alguém com muito mais de onze anos - prometeu protegê-lo, não importava o que acontecesse.
O oceano no fim do caminho demonstra um raro entendimento daquilo que nos torna humanos e mostra o poder que as histórias têm de revelar e, ao mesmo tempo, de nos proteger dos perigos dentro e fora de nós. É uma fábula emocionante, assustadora e melancólica. Um convite a repensar a escuridão que espreita as memórias da infância.
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Meu primeiro contato com Neil Gaiman foi através d'O Livro do Cemitério. Se você leu a resenha, sabe que gostei muito da obra. Mas mesmo antes de conhecer o seu trabalho, eu já tinha muita vontade de ler O oceano no fim do caminho, principalmente pelo fato de que li muitas resenhas mencionando o fato de que a história continha mistérios e uma boa dose de fantasia. Além disso, achei a capa muito bonita - e meio sombria - e o título me despertou curiosidade.

O livro é narrado em primeira pessoa. O protagonista já é adulto e, ao visitar o local onde morou durante sua infância, revisita suas memórias daquela época. Ele tinha apenas sete anos quando tudo aconteceu. Um homem cometeu suicídio no final da estrada que dava para a fazenda das Hempstock (fim do caminho, han? hehe) e, a partir deste momento, seres sobrenaturais "ganham" vida.

Nosso protagonista (versão criança) sofre diretamente com as consequências desse suicídio e sentimos junto com ele toda a tensão e estranheza dos acontecimentos. No meio dessa confusão, ele conhece Lettie Hempstock, uma garota de 11 anos muito sábia e amiga. Ela mora com a mãe e a avó na fazenda que fica no fim do caminho e são as três personagens mais adoráveis de todo o livro! ♥ Queria ter conhecido um pouco mais sobre a história de vida delas.

E é essa amizade e confiança que permeia todo o livro e o deixa menos sombrio, que nos dá esperanças de que tudo pode acabar bem (se vai mesmo acabar bem eu já não sei, não posso dar spoilers :p). Através da narrativa muito bem construída, podemos realmente rememorar todos aqueles acontecimentos junto com o protagonista. Ainda há muito daquela criança em sua versão adulta. O livro é curtinho, tem apenas 208 páginas, mas sua profundidade é impressionante! Quero conhecer muitas outras obras do autor.

Recomendo muito o livro! :)

Até a próxima, pessoal.


Informações gerais
Título da obra: O oceano no fim do caminho
Autor(a): Neil Gaiman
Ano da edição lida: 2013
Editora: Intrínseca
Páginas: 208
Classificação: ✯✯✯