sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

TAG | Livros e blablablá

Fonte da imagem


Olá, pessoal!

Como última postagem do mês de janeiro, vamos conferir uma TAG? Esta eu vi no site da Ane Bee e achei bem interessante. Vamos às perguntas...


1. Você já leu algum livro que mudou sua maneira de ver o mundo?
Com certeza, sim! Livros quase sempre me fazem ver as coisas sob uma nova perspectiva ou reforçam algumas opiniões e convicções que eu já tinha. Extraordinário, por exemplo, me tocou de uma maneira muito particular: reforçou minha ideia de que não podemos nos deixar levar pelas aparências e de que devemos sempre ser gentis. As Cavernas de Aço e Inferno (de Dan Brown) me fizeram refletir sobre a nossa existência, sobre superpopulação e sobre como queremos deixar o mundo para nossos descendentes. E, por fim, Maus e Persépolis me fizeram pensar sobre como é fácil ser um tirano em qualquer lugar e como isso afeta de maneira extremamente negativa e perigosa as relações interpessoais e interculturais. Esses são alguns dos livros que me fazem sempre querer ser uma pessoa melhor, mas existem muitos outros espalhados por aí! :)


2. Você gostaria que seus diários ou suas memórias fossem transcritos em um livro e publicado?
Não. Não mesmo. Nem pensar! hehehe :)
Eu preferiria que meus diários ou minhas memórias continuassem guardados somente para mim.


3. Qual seu maior medo no universo literário?
Tenho vários, mas o que mais me assombra é o medo de que os escritores percam (ou abandonem propositalmente) a criatividade - por favor, já estamos saturados de livros clichês e puramente comerciais. Queremos histórias realmente envolventes e surpreendentes, com qualidade inquestionável!


4. Qual livro você leu e gostaria de ler novamente?
Qualquer título da Série Vaga-Lume (Editora Ática), em especial Os Barcos de Papel, de José Maviael Monteiro e O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida. Foram os dois livros que mais me marcaram durante minha infância e pré-adolescência.


5. Você considera um livro de sua coleção um troféu? (foi difícil conseguir ou foi uma conquista, um presente de alguém muito querido etc.)
Sim. O Parque dos Dinossauros, de Michael Crichton. Fazia muito tempo que eu queria ler esse livro, mas todas as edições possíveis estavam esgotadas. Depois de muito procurar, em sebos virtuais, por um exemplar que valesse a pena, finalmente consegui o meu!


6. De qual festa ou comemoração que aconteceu nos livros que leu gostaria de ter participado?
Teria sido incrível participar de todos os jogos de Quadribol da saga Harry Potter. Gostaria de ter sido apanhadora da Corvinal (mas eu já ficaria feliz por apenas fazer parte da torcida).
Queria também ter acompanhado Allan Karlsson, o centenário fofinho e simpático de O ancião que saiu pela janela e desapareceu, em todas as suas aventuras desde o momento em que fugiu da casa de repouso em que vivia.


7. Você já sofreu algum tipo de bullying literário por causa de alguma obra que você gosta?
Pode apostar que sim! Já fui criticada por gostar dos livros do Dan Brown, por ter lido Crepúsculo, por pretender ler a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, por gostar de literatura infantojuvenil e por aí vai. As pessoas julgam tudo, inclusive as próprias sombras. A necessidade de criticar o outro e de impor seus próprios gostos e vontades é tão grande que está tornando a convivência coletiva muito complicada. Você quase nunca sabe onde está pisando. É uma chatice!


8. Você já participou ou conhece algum grupo de leitura?
Conheço vários, mas nunca participei de nenhum.


9. Se você pudesse dividir sua alma em 7 livros, quais seriam?
    1. A Ilha Perdida, de Maria José Dupré
    2. Anjos e Demônios, de Dan Brown
    7. Sepulcro, de Kate Mosse


10. Se você tivesse o poder, qual personagem de qual livro mudaria, ressuscitaria ou faria desaparecer?
ALERTA DE SPOILER!
VOCÊ FOI AVISADO(A)!
Acho que eu mudaria o Mack, de A Cabana. Eu o deixaria mais inteligente, para que ele parasse de repetir as mesmas perguntas irritantes e enfadonhas em todos os capítulos do livro.
Eu gostaria de desaparecer com todos os personagens do livro A Terra dos Vampiros, assim ele próprio deixaria de existir.
Eu ressuscitaria o Gus, de A culpa é das estrelas, só para ter o prazer de desaparecer com ele e com a Hazel Grace. Aproveitaria a oportunidade para promover o Isaac a protagonista do livro, na tentativa de deixá-lo menos chato.



E aí, o que acharam? ;)

Espero que janeiro tenha sido um mês de ótimas leituras para vocês e que fevereiro seja ainda melhor! Em breve retorno com mais resenhas e com o balanço das leituras deste primeiro mês do ano.

Abraços e até a próxima!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Resenha | O Rei de Amarelo, de Robert W. Chambers

Sinopse:

O Rei de Amarelo é uma coletânea de contos de terror fantástico publicada originalmente em 1895 e considerada um marco do gênero. Influenciou diversas gerações de escritores, de H. P. Lovecraft a Neil Gaiman, Stephen King e, mais recentemente, o escritor, produtor e roteirista Nic Pizzolatto, criador da série investigativa True Detective, cujo mistério central faz referência ao obscuro Rei de Amarelo.

O título da coletânea faz alusão a um livro dentro do livro - mais precisamente a uma peça teatral fictícia - e a seu personagem central, uma figura sobrenatural cuja existência extrapola as páginas. A peça 'O Rei de Amarelo' é mencionada em quatro contos, mas pouco se conhece de seu conteúdo. É certo apenas que o texto, em dois atos, leva o leitor à loucura, condenando sua alma à perdição. Um risco a que alguns aceitam se submeter, dado o caráter único da obra: um misto irresistível de beleza e decadência.

Esta edição reúne, além dos contos do Rei, seis outros que alternam entre o sobrenatural e a realidade, em épocas e geografias diferentes. A introdução e as notas do jornalista e escritor Carlos Orsi ajudarão novos leitores a mergulhar na bem construída mitologia do autor.


Como livros de terror sempre me despertam interesse, fiquei intrigada quando vi este livro em promoção na Kobo Store. Sei que ele está em evidência por causa da série True Detective, uma vez que ela se relaciona, de certa forma, com O Rei de Amarelo (não sei ao certo como se dá esse relacionamento, afinal, não acompanho o seriado). Entretanto, meu sentimento após a conclusão da obra é de decepção. Explico:

São dez contos, sendo que quatro deles são de terror propriamente dito (mais ou menos), dois contos são de transição entre uma parte do livro (fantástica) e outra (realista), e ainda outros quatro contos que falam sobre a vida de estudantes de artes em Paris.

Obs.: A peça de teatro O Rei de Amarelo (que dá nome ao livro) é composta por dois atos e é elemento crucial para os quatro primeiros contos desta coletânea. Muito pouco se sabe sobre seu conteúdo - apenas alguns trechos são citados em raros momentos -, mas é sabido que aqueles que a leem acabam ficando loucos/perturbados.


        Camilla: O senhor deveria tirar a máscara.
        Estranho: É mesmo?
        Cassilda: É mesmo, está na hora. Todos tiramos nossos disfarces, menos o senhor.
        Estranho: Eu não estou de máscara.
        Camilla: (Horrorizada, em particular para Cassilda.) Não é máscara? Não é máscara!

        O Rei de Amarelo, Ato 1, Cena 2


Os contos que fazem referência à peça são:
1. O Reparador de Reputações
2. A Máscara
3. No Pátio do Dragão
4. O Emblema Amarelo

Para mim, os melhores contos são o 2 e o 4. O primeiro conto também é muito bom e perturbador, mas não chega a ser meu favorito. Considero o terceiro como o mais fraco, mas também causa certo desconforto. As histórias possuem certa relação umas com as outras - o personagem de um dos contos é citado em outro, os cenários se repetem etc. O mais interessante é que não dá para saber com exatidão de que forma O Rei de Amarelo influenciou cada pessoa após sua leitura: você não sabe se aquilo que está acontecendo é real ou se é fruto da imaginação perturbada do personagem. Não se sabe de que maneira a pessoa é forçada a cometer insanidades, fica tudo muito obscuro. A verdade é que essa primeira parte do livro é bem intrigante. A atmosfera criada também provoca bastante tensão.


Os contos de transição são:
5. A Demoiselle d'Ys
6. O Paraíso do Profeta

Esses contos não se referem à peça O Rei de Amarelo, mas possuem um toque sobrenatural. Destes, somente o quinto é realmente interessante. Para falar a verdade, não lembro mais nada do conto 6.


Os contos realistas são:
7. A rua dos Quatro Ventos
8. A rua da primeira bomba
9. A rua de Nossa Senhora dos Campos
10. Rue Barrée

Estes contos se passam em Paris e, de maneira bem geral, vão discorrer sobre a vida - sobretudo amorosa - dos estudantes de artes de lá. Sério, são todos muito cansativos. Os contos 9 e 10 até possuem algumas coisas interessantes, mas não são suficientes para mudar o fato de que esta parte do livro é extremamente chata. São os mesmos enredos tediosos, com personagens mais tediosos ainda, enfim, um saco. Parece que você começa o conto no nada e termina em lugar nenhum.


Resumindo...

O livro apresenta alguns pontos realmente interessantes, mas só no que se refere aos quatro primeiros contos, ou seja, aqueles que envolvem a mitologia da peça O Rei de Amarelo. A atmosfera é muito bem construída e colabora para causar momentos de tensão no leitor. Além disso, as notas espalhadas ao longo da obra nos ajudam a compreender um pouco mais sobre a forma como esses textos relacionam-se entre si e como funciona esse mundo criado por Chambers. Foi uma experiência muito positiva, embora nada extraordinária. Confesso que, pela "propaganda" (resenhas bem entusiasmadas), eu esperava um pouco mais do livro.

No que se refere aos contos de transição, achei "ok", pelo menos em relação ao quinto, já que não lembro nada do outro. Mas eu não compraria/emprestaria a coletânea por causa disso.

Já em relação aos contos realistas, não recomendo mesmo. Muito chato. Me decepcionei bastante com eles.


Sendo assim, fica minha recomendação somente para a primeira parte do livro. Se você quiser ler o restante, é por sua conta! Eu preferiria gastar meu tempo com Lovecraft. ;)

Abraços e até a próxima!


Informações gerais 
Título da obra: O Rei de Amarelo
Autor: Robert W. Chambers
Ano da edição lida: 2014 (digital)
Editora: Intrínseca
Páginas: 256
Classificação: ✯✯✯

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Resenha | Persépolis, de Marjane Satrapi

Sinopse:

Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assitiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.

Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.

Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.


Este foi meu primeiro contato com a literatura iraniana (embora o livro tenha sido escrito enquanto a autora estava - e ainda está - na França) e a experiência foi muito positiva. Conhecemos muito pouco sobre o Irã e a maior parte das coisas que vemos por aí é sempre muito estereotipada. A partir desta obra passei a conhecer muito mais da cultura e da política do país, o que é sempre muito bom.

Marjane Satrapi nos conta, através dos quadrinhos e de uma linguagem muito simples e objetiva, como se deu a revolução popular que tirou o Xá do poder em 1979, bem como suas consequências (regime xiita/ditadura islâmica).

A razão da minha vergonha e da revolução é a mesma: a diferença entre as classes sociais.

O que começou como luta por melhores condições de vida para todos e combate à tirania e à submissão terminou em um verdadeiro desastre. Houve mais tirania e submissão ainda, desta vez impostas por uma ditadura islâmica xiita (será que isso é redundante? acho que não...), e a verdade é que as condições de vida para a população não melhoraram tanto assim. Milhares de mortes aconteceram: os cidadãos de esquerda revolucionários (os verdadeiros herdeiros da revolução, na realidade) que se opunham a essa ditadura, soldados que participaram da guerra contra o Iraque (isso é explicado no livro com mais detalhes) ou simplesmente pessoas que estavam no lugar errado e na hora errada no momento dos bombardeios.

Neste cenário de tanta opressão e intolerância, Satrapi ficava cada vez mais revoltada. Criada numa família moderna e politizada, além de estar numa fase de formação, ficava difícil aceitar tantas imposições e restrições sem se incomodar. Foi obrigada a usar o véu, a estudar numa escola somente com meninas, as universidades foram fechadas temporariamente, assim como as escolas bilíngues - ela frequentava uma, inclusive - e muitas outras proibições. Seus pais, a fim de preservá-la de possíveis retaliações e repressões, resolvem mandá-la para Áustria, país no qual julgam que ela terá uma educação de qualidade e poderá ficar em paz. Mas não é bem assim que acontece...

Praticamente sozinha num país desconhecido e rejeitada, de certa forma, por suas origens (os iranianos, em plena guerra, não eram as pessoas mais queridas do planeta), a autora passou por maus bocados para concluir seus estudos. Foi preciso muito esforço, recorrer sempre às lembranças das palavras de sabedoria de sua avó e muito amor ao seu país, apesar de tudo, para que ela conseguisse se autoafirmar como iraniana, sentir orgulho disso e voltar para casa.

De volta ao Irã, mais um drama: a ausência de identidade.

Era uma ocidental no Irã, uma iraniana no ocidente. Não tinha identidade alguma. Não via nem mesmo por que estava viva.

Através dos traços muito bem compostos dos desenhos nos quadrinhos e de uma linguagem simples, objetiva e muito sensível, Marjane Satrapi nos toca de uma maneira única. Ela era apenas uma criança no meio de toda aquela bagunça, mas desde aquela época era muito consciente politicamente. Acompanhamos seu crescimento e evolução e, na mesma medida, nosso conhecimento sobre o Irã cresce e evolui também. Claro que ainda há muito mais para se aprender, isso foi apenas uma pequena parte, mas já foi suficiente para desconstruir algumas ideias equivocadas a respeito do país.

O livro evidencia essa questão de Ocidente x Oriente, tradição x modernidade, e nos mostra como é muito fácil instaurar uma ditadura se você não respeita as convicções dos outros e impõe a qualquer preço aquilo em que você acredita. E aqui menciono ditadura no sentido literal e metafórico da palavra - é possível ser um "ditador/tirano" em qualquer lugar.

A obra está mais do que recomendada, principalmente pelas reflexões políticas e culturais que nos proporciona. Lindíssimo trabalho!

Abraços e até a próxima!


Informações gerais 
Título da obra: Persépolis
Autor: Marjane Satrapi
Ano da edição lida: 2007
Editora: Companhia das Letras/Quadrinhos na Cia.
Páginas: 352
Classificação: ✯✯✯✯

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Resenha | 365 Dias Extraordinários, de R. J. Palacio

Sinopse:

Em Extraordinário, conhecemos o memorável professor de August Pullman, o Sr. Browne, que logo no primeiro dia de aula ofereceu uma profunda lição sobre a importância de cultivarmos preceitos positivos em nosso cotidiano, a fim de nos inspirar a fazer escolhas cada vez mais acertadas ao longo da vida. O discurso do professor fez com que Auggie, pela primeira vez, pensasse que frequentar a escola poderia não ser tão má ideia.

A bela edição reúne uma coleção de preceitos que vai iluminar, confortar e desafiar cada um a se tornar uma pessoa melhor. Há uma mensagem para cada pessoa aqui: palavras de sabedoria retiradas de músicas, grandes obras da literatura, inscrições em tumbas egípcias, frases de biscoito da sorte, de alguns personagens de Extraordinário e de mais de cem leitores que enviaram à escritora R. J. Palacio os próprios preceitos.

365 Dias Extraordinários: o livro de preceitos do Sr. Browne é uma celebração da gentileza, da esperança, da bondade, da força de vontade e do poder do amor.


Seja gentil, pois cada pessoa que você encontra está travando uma grande batalha.
- Ian Maclaren (23 de outubro, 365 Dias Extraordinários)


Antes de começar a falar sobre o livro propriamente dito, quero deixar os links para as resenhas de Extraordinário (AQUI) e O capítulo do Julian (AQUI), duas obras que valem muito a pena serem lidas.

365 Dias Extraordinários: o livro de preceitos do Sr. Browne é um livro de frases e pensamentos inspiradores, organizado pelo próprio Sr. Browne - o professor de inglês de Auggie Pullman em Extraordinário. De acordo com o professor, logo no início do livro, preceitos são "palavras segundo as quais viver".

Há uma frase para cada dia do ano. Ao final de cada mês, o Sr. Browne conta um pouco sobre como foi o seu mês, sobre fatos interessantes de sua vida e sempre nos ensina alguma coisa - nos dá alguma "lição", no sentido positivo da palavra. Algumas frases já são velhas conhecidas, outras não. Algumas foram ditas por personalidades marcantes, outras por autores desconhecidos, e é essa miscelânea que pode atingir todo tipo de pessoa. Eu realmente acredito que há um pensamento para cada um de nós nesse livro.

Para mim, as passagens que mais me chamaram a atenção foram sobre gentileza e coragem. A partir de frases curtas e aparentemente simples, fiz muitas reflexões sobre os assuntos, principalmente sobre como eu estava aplicando a gentileza e a coragem em minha vida. E descobri que ainda tenho que melhorar muito. É um livro que pode nos inspirar e nos incentivar a nos tornarmos pessoas melhores.

Eu diria que, pela lógica, deveríamos ler uma frase por dia, mas a verdade é que devemos lê-lo despretensiosamente, sem regras. É uma obra que devemos sempre ter à mão, para consultá-la quando necessário. Afinal de contas, um preceito sempre cai bem, né?

A edição está linda! É capa dura, as frases são apresentadas em diferentes fontes e estilo e algumas possuem até mesmo ilustrações! Tudo perfeito.

Livro recomendado!

Seja ousado o suficiente para usar a voz, corajoso o suficiente para ouvir o coração e forte o bastante para levar a vida que sempre imaginou.
- Autor desconhecido (6 de outubro, 365 Dias Extraordinários)

A melhor maneira de fazer seus sonhos se tornarem realidade é acordar.
- Paul Valéry (15 de janeiro, 365 Dias Extraordinários)


Abraços e até a próxima!

Informações gerais 
Título da obra: 365 Dias Extraordinários: o livro de preceitos do Sr. Browne
Autor: R. J. Palacio
Ano da edição lida: 2014
Editora: Intrínseca
Páginas: 432
Classificação: ✯✯✯✯

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

TAG | Dias da semana em livros

Olá, pessoal!

Andei pesquisando conteúdos diferentes para apresentar por aqui, afinal, só resenha cansa um pouco, né? Me deparei com esta TAG (Dias da semana em livros) no blog Beco Literário e resolvi respondê-la também. Um livro deve ser escolhido para representar cada dia da semana. Vamos conferir?



DOMINGO
Um livro que você não quer que termine ou não quis que terminasse.

Sepulcro, de Kate Mosse

Li este livro há cinco anos, portanto, já não consigo mais me lembrar dos detalhes da história. No entanto, recordo-me muito bem de ter passado boas horas em sua companhia. Leria mais 600 páginas sem titubear.

Gosto muito de histórias paralelas, de ver passado e presente se misturando. A descrição do sepulcro é impressionante, assim como a forma como o mistério apresentado se desenrola.

Estou ansiosa pela continuação da trilogia, mas parece que Cidadela não será lançado tão cedo por aqui. :(



SEGUNDA
Um livro que você tem preguiça de começar.

A Guerra dos Tronos, de George R. R. Martin

Fala sério, precisa mesmo ter zilhões de páginas? E as continuações precisam ser tão grandes quanto ou maiores ainda?

Minha preguiça aflora só de olhar pra cara do coitado. O que é uma pena, pois tenho certeza de que ali dentro há uma grande história.

Paciência! Um dia eu venço a preguiça! ;)






TERÇA
Um livro que você empurrou com a barriga ou leu por obrigação.

Iracema, de José de Alencar

Este foi um livro que empurrei com a barriga E li por obrigação. Ô livro chato! Só continuei firme e forte porque minha professora da oitava série ia passar uma prova sobre ele e porque ele caía no vestibular.

José de Alencar já escreveu obras muito (mas muito mesmo) melhores que essa. Iracema nunca mais!







QUARTA
Um livro que você deixou pela metade ou está lendo no momento.

Harry Potter e o Cálice de Fogo, de J. K. Rowling

Optei por selecionar um livro que deixei pela metade, afinal de contas, na lateral do blog vocês sempre podem consultar o livro que estou lendo no momento. ;)

Abandonei Harry Potter e o Cálice de Fogo faltando muito pouco para chegar na metade do livro. Não sei o que aconteceu, mas a leitura simplesmente não fluiu.

Pretendo começá-lo novamente qualquer dia desses.






QUINTA
O livro de quinta. Um livro que você não recomenda.

A Terra dos Vampiros, de John Marks

Não vou me estender, pois já falei deste livro AQUI.

Mas reforço a opinião de que este livro é extremamente decepcionante. A sinopse promete uma história magnífica. Uma reimaginação de Drácula para o século XXI. No entanto, a única coisa que essa história tem a ver com Drácula é a Transilvânia.

Não recomendo mesmo!





SEXTA
Um livro que você quer que chegue logo (lançamento ou compra).

Não Voltarás, de Hans Koppel

Não, não é um lançamento. E não, eu ainda não comprei este livro.

Coloquei-o aqui porque estou muito ansiosa para lê-lo. Várias pessoas já estão sabendo deste fato, portanto, estou na esperança de recebê-lo de presente, já que meu aniversário está se aproximando! *__*

De toda forma, se isto não acontecer, eu mesma me presentearei. :)






SÁBADO
Um livro que você quis começar novamente assim que ele terminou.

O Assassinato de Roger Ackroyd, de Agatha Christie

Eu acho que já disse por aqui o quanto gosto dos livros da Agatha Christie. Na minha opinião, O Assassinato de Roger Ackroyd e E não sobrou nenhum são os dois melhores livros que ela já escreveu.

Este livro, especificamente, me surpreendeu quanto à identidade do assassino. Fui enganada o tempo todo! Achei tão fantástico e impressionante que quis recomeçar a leitura no mesmo instante em que terminei, só pra ter certeza de que aquilo tinha mesmo acontecido!

Absolutamente espetacular.



Espero que tenham gostado das minhas respostas! :)

Abraços e até a próxima!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Resenha | A Mão Misteriosa, de Agatha Christie

Sinopse:

Lymstock é uma pacata cidade no interior da Inglaterra e parece ser o lugar perfeito para Jerry Burton se recuperar de um acidente. Tudo o que ele precisa está lá: ar puro e a paz da vida rural. Mas a calma que paira no ambiente dá lugar à desconfiança quando cartas anônimas grosseiras e acusadoras começam a circular entre os habitantes. Os vizinhos passam a desconfiar uns dos outros e Lymstock se torna um lugar sombrio. O clima de suspeita e terror cresce quando um dos destinatários comete suicídio.

Por sorte Miss Marple está na região: ela parece ser a única pessoa capaz de resolver este fascinante mistério, considerado por Agatha Christie uma de suas melhores histórias.


Também não é pra tanto, né, dona Agatha Christie? A Mão Misteriosa é, de fato, uma boa história, mas não estou convencida de que é uma de suas melhores obras. Vamos aos comentários...

Jerry Burton, nosso narrador, havia sofrido um acidente e, para se recuperar adequadamente do infortúnio, segundo seu médico, precisava morar temporariamente num lugar tranquilo, respirar ar puro e ocupar-se de frivolidades e escândalos comuns a locais afastados dos grandes centros urbanos. Por este motivo, muda-se para Lymstock, uma cidade do interior da Inglaterra, com sua irmã Joanna, que fica responsável pelos seus cuidados.

Entretanto, logo após sua chegada, cartas anônimas começam a ser entregues aos moradores do lugar. São extremamente ofensivas, mas as acusações são aleatórias e falsas. As palavras que compõem a carta foram retiradas de outros materiais (livros, revistas, não se sabe ao certo) e o envelope é datilografado. Desta forma, não há como investigar a origem das mesmas.

O problema se agrava quando um dos destinatários comete suicídio após receber uma dessas entregas. A partir daí, a polícia assume o caso e todos ficam temerosos ao tentar adivinhar o próximo passo do autor misterioso. A trama só é concluída - e outras descobertas são feitas - quando Miss Marple entra em cena.

Confesso que nunca fui muito fã da Miss Marple, mas hoje vejo que era bobagem minha. Às vezes até prefiro ela ao Poirot. Não sei, acho que a inteligência dele - tão escancarada - me intimida um pouco. Um dos problemas deste livro, inclusive, é o fato de que Miss Marple aparece bem no final da leitura e participa muito pouco. Fiquei chateada! =/

A Mão Misteriosa possui um suspense pra lá de interessante. A autora nos induz a procurar respostas no lugar errado, o que fez com que eu nem desconfiasse da identidade do autor misterioso. Ao longo da trama algumas dicas bem sutis são indicadas, mas não me atentei a elas e acabei conduzindo minha própria investigação por um caminho totalmente equivocado.

Acredito que o fato de eu ter me apegado bastante ao Jerry (narrador) e à Joanna (sua irmã) me ajudou a gostar da história.

Me decepcionei um pouco com o desfecho, pois eu esperava algo mais complexo, até mesmo sórdido, dado o conteúdo das cartas. No fim, tudo era muito simples. Isso não tira, em nenhum momento, o mérito do livro. Na realidade, o que eu mais gosto nos livros da Agatha Christie é justamente a forma como ela conduz a história, como ela apresenta os fatos para o leitor. As coisas parecem simplesmente não se encaixar, mas no final você sempre fica com aquela sensação de que a resposta estava bem na sua cara e que você deveria ter pensado naquilo antes. Mesmo quando a resolução é boba, você sempre acaba sendo surpreendido de uma forma ou de outra. E é por esse e outros motivos que ela é considerada a Rainha do Crime, título mais do que justo. Na minha modesta opinião, ela é e sempre será a melhor autora de ficção policial de todos os tempos. ^^

Livro recomendado, claro! Dona Agatha Christie é genial e ponto final! :)

[...] Há uma tendência grande demais de se atribuir a Deus os males cometidos pelo homem em seu próprio livre arbítrio. Posso aceitar que seja o Diabo. Deus não precisa realmente nos castigar [...]. Já estamos ocupados demais castigando a nós mesmos. (p.87)


Abraços e até a próxima!

Informações gerais 
Título da obra: A Mão Misteriosa
Autor: Agatha Christie
Ano da edição lida: 2011
Editora: L&PM
Páginas: 224
Classificação: ✯✯✯✯

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Resenha | Túneis, de Roderick Gordon e Brian Williams

Sinopse:

Will Burrows é um garoto de 14 anos que vive com a família em Londres. Ele não tem muito em comum com seus estranhos parentes, exceto a paixão por escavações que compartilha com o pai, um excêntrico arqueólogo.

Quando o dr. Burrows desaparece sem maiores explicações por um túnel que Will não conhecia, o garoto decide investigar o sumiço do pai, contando apenas com a ajuda do amigo Chester. Logo os dois se veem debaixo da terra, onde descobrem uma antiga sociedade esquecida pelo tempo que habita os subterrâneos da cidade. Uma descoberta que pode custar as suas vidas.


Conheci Túneis da maneira mais aleatória possível: fuçando em páginas e mais páginas de promoções do Submarino. Confesso que a primeira coisa me atraiu foi a capa. Em segundo lugar, o nome. Em terceiro, o preço (que agora já não me lembro mais, mas foi realmente barato) e só então me prestei a ler a sinopse disponível. Fiquei muito interessada na obra e, além de comprá-la, adquiri também sua continuação: Profundezas. Fiquei meio decepcionada ao constatar, recentemente, que ainda há mais três livros na sequência. Mergulhar em séries não era muito bem o que eu queria no momento, mas tudo bem. Já estou me desviando do foco da postagem, né? Vamos ao que interessa...

O livro conta a história de Will Burrows, um garoto que sofre na escola por conta de sua aparência diferente e adora escavações arqueológicas. Passou a apreciar essas atividades por influência de seu pai - o Dr. Burrows - que, apesar de sua formação em História e Arqueologia, além de possuir um doutorado, era 'apenas' o curador - e único frequentador, basicamente - do Museu de Highfield (Highfield era distrito de Londres).

A mãe de Will era fissurada por televisão e pouco se importava com os afazeres domésticos e com seus filhos. Quem cuidava da casa era Rebecca, irmã mais nova de Will, que tinha 12 anos de idade. Levando em consideração que o Dr. Burrows vivia para a Arqueologia e não tinha olhos para outra coisa que não fosse escavação, podemos concluir que esta era uma família bem estranha.

Em um determinado momento, o curador do Museu se dá conta da presença de pessoas incomuns em Highfield: usavam casacos pesados, óculos escuros, chapéus esquisitos e possuíam um odor inconfundível de bolor. Eram realmente muito estranhas e pareciam vindas de uma época há muito passada. Determinado a saber quem eram e de onde vinham essas pessoas, mergulha em uma investigação secreta. E eis que ele desaparece misteriosamente, sem deixar vestígios (ele até deixa um diário, que serve para estimular a curiosidade de seu filho).

Will começa a investigar o sumiço do pai ao lado de seu amigo Chester. Numa dessas buscas, acaba encontrando uma cidade subterrânea esquecida há muito tempo. Detalhe: a cidade era habitada. E os habitantes dessa cidade não os recepcionam muito bem, já que não gostam muito dos habitantes da superfície da Terra, chamada por eles de Crosta. Os dois terão que enfrentar muitas coisas para sobreviverem por ali e, com sorte, conseguirem sair de lá.

Qualquer informação a mais poderá ser considerada spoiler. Não queremos isso, não é mesmo? :)

Minhas considerações sobre a obra, em termos gerais: achei a trama muito criativa - nunca li nada parecido. A ideia de túneis, cidade subterrânea, sociedade antiga e tudo o mais que vier no pacote é realmente muito interessante e achei que os autores souberam explorar isso muito bem.

Me afeiçoei bastante ao Will, ao Chester e aos outros personagens (de bem) que foram aparecendo ao longo do livro. Confesso que alguns personagens me irritaram em algum momento, pois apresentavam um comportamento muito infantil. Não sei, peguei certa implicância com uma personagem em específico, mas talvez o comportamento dela - que era muito esquisito - seja explicado nos outros livros da série.

Achei que o subterrâneo foi muito bem descrito, assim como a cidade escondida. Fiquei criando os cenários na minha cabeça e o resultado foi bem satisfatório. Além disso, fiquei muito curiosa para acompanhar a continuação da saga. Com certeza lerei o próximo livro, cujo título é Profundezas, como já comentei aqui.

Entretanto, os autores pecaram no excesso de descrições. Em alguns momentos a história tornou-se chata e bem cansativa. Por exemplo: se eles já disseram que o ambiente estava escuro e sombrio, não precisava se estender na explicação dos efeitos que as sombras causavam nos rostos dos meninos, ou como os tons utilizados na parede deixavam tudo mais melancólico e sombrio ou sei lá mais o quê. Às vezes tínhamos páginas e mais páginas de descrição e realmente não precisava disso.

De toda forma, é um bom livro. As reviravoltas são bem interessantes e nos deixam realmente com vontade de ler a continuação.

Recomendo a leitura!

A superfície da Terra é tomada de criaturas em constante estado de guerra. Milhões perecem dos dois lados e não há limites para a brutalidade de sua vilania. As vastas florestas foram por eles derrubadas e os pastos corrompidos com seu veneno. [...]
Sua voracidade só tem par em seus apetites pela morte, pela doença, pelo terror e pela ruína de tudo o que vive. E, apesar de suas iniquidades, eles aspiram a se elevar ao firmamento... mas, atentem para isto, o peso excessivo de seus pecados os prenderá embaixo. [...] (p.273)


Abraços e até a próxima!


Informações gerais 
Título da obra: Túneis
Autor: Roderick Gordon; Brian Williams
Ano da edição lida: 2008
Editora: Rocco
Páginas: 478
Classificação: ✯✯✯✯

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Resenha | As Cavernas de Aço, de Isaac Asimov

Sinopse:

Em Nova York, o investigador de polícia Elijah Baley é escalado para investigar o assassinato de um embaixador dos Mundos Siderais.

A rede de intrigas envolve desde sociedades secretas até interesses interplanetários. Mas nada o preocupa tanto quanto o seu parceiro no caso, cuja eficiência pode tomar o seu emprego, algo cada vez mais comum.

Pois seu parceiro é um robô.

Publicado no início da década de 1950, As Cavernas de Aço é o primeiro romance da consagrada Série dos Robôs de Isaac Asimov, mesclando de forma magistral os gêneros ficção científica e literatura policial.


Nesta obra, Asimov retrata uma Terra superpopulosa e já sofrendo, de certa maneira, com escassez de recursos. Robôs estão sendo introduzidos pelos Siderais e uma parte da população perdeu seu emprego por conta disso.

A Terra dividia-se em Cidades inteiramente rodeadas por metal - cavernas de aço, literalmente -, ou seja, não permitia a entrada de luz solar e do ar livre. Os refeitórios e banheiros eram comunitários, os apartamentos eram pequenos e continham somente o essencial, e cada família, dependendo de sua classificação, tinha direito a ter certo número de filhos - um controle populacional que não funcionava muito bem, diga-se de passagem.

Cada vez mais, os vilarejos, os povoados e as "cidades" da Terra foram se acabando e foram engolidos pelas Cidades. (p.40)

Cada cidade se tornou uma unidade semiautônoma, quase autossuficiente economicamente. Ela podia cobrir-se, cercar-se por todos os lados e cavar um espaço debaixo da terra. Ela se tornou uma caverna metálica, uma enorme e independente caverna de aço e concreto.
[...]
Não havia dúvida quanto a isso: a Cidade era o apogeu do domínio do homem sobre o meio ambiente. Não era a viagem espacial nem os 50 mundos colonizados que eram agora tão arrogantemente independentes, mas sim a Cidade. (p.41)


Na Cidade de Nova York, no caso, existia também um grupo de pessoas intitulado Medievalistas, pessoas que desejavam energicamente que a vida da Terra fosse como há muito tempo: vivia-se no solo, em contato com o sol e com o ar livre. Algum desses Medievalistas eram "inofensivos", mas outros estavam dispostos a derrubar o Governo e acabar de vez com a influência dos Siderais em relação à Terra.

Nos tempos Medievais, as pessoas viviam ao ar livre. [...] Quando chovia, eles não pensavam nisso como um desperdício. Eles se alegravam com a chuva. Viviam próximos à natureza. É mais saudável, é melhor. Os problemas da vida moderna se originam do fato de vivermos afastados da natureza. (p.25)


E é nesse contexto que ocorre o assassinato de um embaixador dos Mundos Siderais, engajado em introduzir cada vez mais robôs na Terra. Suspeita-se que o crime tenha sido cometido por um terráqueo, portanto, a investigação fica sob a responsabilidade da Polícia de Nova York. A única exigência dos Siderais é que um robô-detetive acompanhe de perto todo o processo, como parceiro do investigador terráqueo.

Nosso protagonista - Elijah Baley - tinha, portanto, dois problemas: desvendar o crime e lidar com um parceiro robô deveras eficiente, que poderia muito bem tomar o seu lugar dependendo do rumo das investigações.

Meus sentimentos em relação aos robôs foram bastante conflitantes durante a leitura: comecei os odiando, passei a aceitar com ressalvas e depois passei até mesmo a gostar deles. Essa história de substituir mão de obra humana por máquinas é bem atual e ainda gera bastante polêmica. Esse embate Homem x Robô permeia todo o livro.

A questão aqui é que essa inserção dos robôs na Terra tinha um propósito até que justificável, mas se eu contar será spoiler! :)

A trama é muito bem construída e muito bem escrita. Essa mistura entre ficção científica e policial foi muito satisfatória. Baley achava que tinha encontrado o assassino, mas chegava a um beco sem saída. Pensava que havia encontrado a solução, mas outra vez estava equivocado. Essas dúvidas tornaram a história bem mais interessante. Confesso que eu tinha minhas desconfianças - certeiras - sobre o assassino, mas a confusão do detetive fez eu repensar mais de uma vez se a minha suposição estava realmente correta.

Não pude deixar de perceber também certa crítica à sociedade, tão acomodada em seus padrões atuais de subsistência que não conseguem perceber a grave e iminente crise (escassez de recursos) que se aproxima. Superpopulação é um problema que já estamos enfrentando hoje e o livro foi publicado há mais de cinquenta anos (1953/1954, mais precisamente). Não importa quanto tempo se passe, alguns assuntos jamais ficarão desatualizados.

Livro mais do que recomendado!

Estou realmente ansiosa para ler outras obras do autor!

[...] Você tem medo de que nos robôs? Se quer saber o que eu acho, é um sentimento de inferioridade. Nós, todos nós, sentimo-nos inferiores aos Siderais e odiamos isso. Precisamos nos sentir superiores de alguma forma, em algum lugar, para recompensar por essa sensação, e o que nos mata é que não conseguimos nem ao menos nos sentir superiores aos robôs. Eles parecem ser melhores do que nós... mas eles não são. E essa é a maldita ironia da situação. (p.250)

[...] Um robô [...] pode ter a aparência de um deus, e ser tão humano quanto um pedaço de madeira. Você não entende isso? (p.251)


Abraços e até a próxima!


Informações gerais 
Título da obra: As Cavernas de Aço
Autor: Isaac Asimov
Ano da edição lida: 2013
Editora: Aleph
Páginas: 300
Classificação: ✯✯✯✯