Sinopse:
O voo silencioso. A mordida. O sangue sugado. A peste e seu mensageiro alado: o Morcego-Vampiro. "Sua voz é um murmúrio, suas asas largas e etéreas, os dentes afiados como facas e eles têm um apetite insaciável. Terão de chegar logo à tribo hopi, porque a opção - viver ou morrer - deve ser feita antes do anoitecer". Um extraordinário relato de horror e magia, inspirado em lendas indígenas. Um velho índio hopi desperta do mundo dos mortos, na forma de devastadores morcegos, para vingar as humilhações sofridas pelo seu povo.
Inicialmente, peço desculpas pela imagem não tão boa da capa do livro, mas foi uma das melhores que achei. Comecei a ler esta obra há alguns consideráveis anos, mas por uma série de motivos que agora não me recordo, abandonei a leitura. Sei, entretanto, que a história havia me deixado bem impressionada. Dia desses, navegando por sebos online, lembrei-me subitamente deste livro e, após muitas buscas, finalmente o adquiri.
Após concluir a leitura nesta última semana de março, posso entender porque fiquei tão impressionada anteriormente. A carnificina é uma coisa bem marcante na obra. Em termos gerais, gostei do livro, embora eu estivesse esperando um pouco mais do final. Mas vamos às minhas impressões de leitura...
No decorrer das páginas há muita tensão, suspense, terror (de certa forma) e, claro, carnificina (conforme já mencionado), mas muitas vezes o autor se focava em descrições que, ao meu ver, eram um tanto desnecessárias, tornando os capítulos extensos e cansativos. Eu ansiava pelas ações! Não acho que as descrições deveriam ser omitidas, afinal, precisamos entender o contexto em que a história se passa, necessitamos conhecer os antecedentes históricos que, de certa maneira, justificam algumas ações dos personagens, mas não consigo ver a necessidade de se estender tanto nessas explicações. Tive vontade de desistir da leitura em alguns momentos.
A trama se passa na região desértica dos Estados Unidos e a maioria dos personagens é indígena. Isso é muito enriquecedor sob o ponto de vista cultural. Grande parte dos livros que leio se passa nas cidades mais conhecidas e ricas dos Estados Unidos ou na Inglaterra, portanto, a mudança de cenário foi muito bem-vinda. Além disso, como Smith é um profundo conhecedor dessa área estadunidense (os desertos), as descrições dos locais e as percepções sensoriais dos personagens me pareceram bem reais, como se eu estivesse bem ali com eles. Alguns costumes indígenas também são relatados, tais como a Dança da Serpente, apresentando aos leitores certas particularidades dessa cultura.
O embate cultural, político e econômico que ocorre entre as tribos navajo e hopi é um ponto positivo do livro. Enquanto os primeiros caminhavam em direção à modernização, investiam em negócios milionários e se tornavam cada vez mais como os "brancos", os hopis mantinham-se aferrados às suas origens e crenças e eram contrários às atitudes dos navajos. É instigante acompanhar os debates entre Jovem Duran, delegado hopi, e Walker Chee, o líder navajo. Diante do problema com os morcegos-vampiros, essas diferenças ficam muito mais do que evidentes.
É interessante perceber que nenhum dos personagens é perfeito. Nada é certo. A história não está fechada.
Confesso que, embora detestáveis, os morcegos-vampiros são realmente fascinantes. A forma "cruel" com que pensam e agem em relação ao Alimento (sim, com 'a' maiúsculo) é o clímax do livro, na minha humilde opinião. A frieza empregada no ato de caçar é surpreendente!
O grande problema da obra, ao meu ver, foi o desfecho, como já mencionei anteriormente. Conforme a sinopse já nos adianta, um velho índio hopi desperta do mundo dos mortos, na forma de devastadores morcegos, para vingar as humilhações sofridas pelo seu povo. Acontece que essa vingança, que é o mote do livro, não foi muito bem explorada pelo autor. Ele solta uma informação aqui, outra ali, mas faltou o arremate, ou seja, interligar de maneira incisiva todos os fatores que motivaram essa revolta e propiciar ao leitor uma conclusão mais elaborada e justificada. Os ataques dos vampiros tiveram um papel muito mais contundente do que os motivos para que eles acontecessem. No meu entendimento, faltou consistência na trama.
Há um filme sobre este livro, com o mesmo nome, lançado em 1979. Após assisti-lo, volto para complementar este texto.
Para resumir, apesar dos problemas que apresenta, é um livro muito bom e instigante. Vai causar muitos momentos de tensão e suspense. RECOMENDO A LEITURA!
Abraços e até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário