O jovem pastor Santiago tem um sonho que se repete. O sonho fala de um terouro oculto, guardado perto das Pirâmides do Egito. Decidido a seguir seu sonho, o rapaz se depara com os grandes mistérios que acompanham a raça humana desde a sua criação: o Amor, os sinais de Deus, o sonho que cada um de nós precisa seguir na vida.
A peregrinação de Santiago, narrada pelo escritor Paulo Coelho em O Alquimista, transformou-se num dos maiores fenômenos literários. Caminhando em uma caravana pelo deserto do Saara, ele entra em contato com pessoas e presságios que lhe indicam o caminho a seguir. Entre eles, um misterioso personagem - um Alquimista. É ele quem irá ensiná-lo a penetrar na Alma do Mundo e a receber todas as pistas necessárias para chegar até o tesouro.
Quando li O Alquimista pela primeira vez, há dez anos, lembro-me de ter gostado muito da história (muito mesmo!), talvez por boa parte dela se passar no Egito (uma das minhas paixões *__*), talvez por ser um dos primeiros livros da minha coleção. Não sei bem ao certo os motivos, só sei que durante muito tempo este foi um dos meus livros favoritos.
De tanto as pessoas falarem mal de Paulo Coelho, criticarem a qualidade de sua obra, enfim, apedrejarem-no das mais variadas formas, resolvi, dez anos depois, fazer uma nova leitura da obra, agora com um olhar crítico no lugar do deslumbrado, e vamos às considerações...
Obs.: este é o único livro do autor que eu já li.
Posso afirmar, com toda a certeza, que continuo gostando muito do livro, mas com algumas ressalvas. Entendo esta história como um tipo de fábula, portanto, os fatos não remetem à realidade. Por exemplo, acho quase impossível alguém se mandar para outro país em busca de um tesouro que pode nem existir, só porque sonhou duas vezes com algo próximo disso. Por outro lado, penso que tal alegoria foi utilizada para que nós, de certa forma, não deixemos de lado nossos sonhos ("factíveis" - ou não, dependendo do caso - por assim dizer), ou seja, precisamos acreditar em nós mesmos, percebendo e se importando com cada pequena coisa que acontece ao nosso redor. É um livro que nos faz refletir da primeira à última página.
Os problemas que identifiquei, no entanto, acabam prejudicando um pouco a empolgação na leitura. Em primeiro lugar, achei o livro bem mal escrito: problemas na concordância, alguns erros de grafia e até mesmo má construção de frases. Se fosse um errinho no começo e outro no final até passaria sem maiores traumas, afinal, acontece (não deveria, já que há revisores por trás dessas publicações), mas um atrás do outro fica complicado de aceitar. Em segundo lugar, algumas das ideias trabalhadas no livro foram exaustivamente repetidas como, por exemplo, o conceito de Lenda Pessoal, que é abordado e explicado do início ao fim da história. Da mesma forma, a orientação para seguir os sinais de Deus e ouvir o Deserto, bem como o conceito de Alma do Mundo, também foram muito repetidos, embora em menor grau. Tal repetição cansa o leitor, principalmente porque passa a impressão de que o autor está enrolando (às vezes essa era realmente a intenção...).
Na minha modesta opinião, acredito que o autor poderia ter explorado um pouco melhor nossa língua portuguesa, tão rica em possibilidades. Não falo de escrever algo complexo, com palavras difíceis, mas de trabalhar melhor elaboração das frases e tomar cuidado com certas repetições de conceitos e palavras (uma coisa que me irritou profundamente durante a leitura foi o fato de Santiago ser, a todo o momento, chamado de 'rapaz' - era rapaz pra cá, rapaz pra lá, rapaz não sei onde, era muito chato).
Embora as falhas desmotivem um pouco a leitura, o livro provoca muitas reflexões acerca de quem somos e para onde queremos (e nos permitimos) ir. Pensei bastante sobre os tais sinais de Deus e, de fato, percebi o óbvio que deixamos muitas coisas belas e importantes passarem despercebidas por nós pela pressa, desatenção ou mesmo falta de interesse.
É um bom livro, mas não vá com muitas expectativas, pois você irá se decepcionar (é o que eu acho). O livro está bem longe de ser sensacional (bem longe mesmo), mas eu gosto dele mesmo assim! *__*
Pelo menos por enquanto, não pretendo ler outro livro do autor. Confesso que o que me fez ir atrás desta obra foi o fato de ela se passar, em sua boa parte, no Egito.
Abraços e até a próxima!
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