terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Resenha | O amor mora ao lado, de Debbie Macomber

Sinopse:

Lacey Lancaster sempre quis ser esposa e mãe. No entanto, depois de um divórcio bastante doloroso, ela decide que é hora de dar um tempo em seus sonhos e seguir sozinha mesmo. Mas não tão sozinha: sua gatinha abissínia, Cléo, torna-se sua companhia de todas as horas. Até é uma vida boa - um pouco aguada, é verdade - a de Lacey. A não ser por seu escandaloso vizinho, Jack Walker. Quando Jack não está discutindo, sempre em voz muito alta, com sua namorada - com quem insiste em morar junto - está perseguindo seu gato, chamado Cão, pelos corredores do prédio. E Cão está determinado a conseguir que a gatinha Cléo sucumba aos seus avanços felinos. Jack e Cão são realmente muito irritantes. Mas acontece que a primeira impressão nem sempre é a que fica...
 

Não sou a maior fã de romances água com açúcar, mas confesso que, às vezes, uma leitura mais tranquila e fofinha me agrada muito. Quando resolvi ler O amor mora ao lado, já fazia uma ideia do que me esperava.

O livro é extremamente curto: possui, ao todo, 160 páginas, mas algumas delas são destinadas às receitas de petiscos para gatos. A história acontece num piscar de olhos, tanto que fiquei "assustada" por conseguir terminar um livro no mesmo dia em que comecei a lê-lo (sou lerda mesmo! *__*).

Eu gostei muito dos protagonistas. As atitudes de Lacey (teimosia, resistência, receio) meio que são compreensíveis devido à traição que sofreu, o divórcio e tudo o mais. Durante seus momentos de desabafo, não senti que ela estava fazendo tempestade em copo d'água. Foi normal. Da mesma forma, gostei muito da paciência e da dedicação de Jack. Ele foi fofo! :)

Agora, crédito total para Cléo e Cão, os grandes responsáveis pela aproximação dos dois. Foi a parte óbvia menos óbvia da história!

Só não gostei muito do final: essa história da mulher largar tudo para ficar com o homem perfeito já está meio caído, né?! Acredito que a autora poderia ter trabalhado um pouco melhor o desfecho, sei lá, já que a proposta era apresentar uma trama curta, esse último "drama" foi meio desnecessário.

Como eu já disse, é um livro curtinho, portanto, dá para lê-lo em poucas horas. A escrita é simples, flui com facilidade e rapidez. Os fatos, obviamente, acontecem de maneira rápida, mas não atropelada, ou seja, dá para acompanhar sem maiores problemas. É uma história fofa (menos o final! ¬¬). Dava para desenvolver mais a história, claro. Achei que a Jeanne, melhor amiga de Lacey, foi muito pouco explorada. Acredito que teria sido muito interessante se a autora tivesse colocado as duas para interagir com Jack. Teria sido uma interação memorável! 

Recomendo a leitura para quem quer um livro para relaxar e se distrair por algumas horinhas!

O livro foi lançado em 2013 pela Novo Conceito. Dizem que a diagramação é muito bonita, mas como li em e-book, minha percepção ficou um pouco comprometida. Mas eu vi que tem gatinhos em todo início de capítulo! *__*

Abraços e até a próxima!

domingo, 26 de janeiro de 2014

Resenha | A Livraria 24 Horas do Mr. Penumbra, de Robin Sloan

Sinopse:

A recessão econômica obriga Clay Jannon, um web designer desempregado, a aceitar trabalho em uma livraria 24 horas. A livraria do Mr. Penumbra - um homenzinho estranho com cara de gnomo. Tão singular quanto seu proprietário é a livraria onde só um pequeno grupo de clientes aparece. E sempre que aparece, é para se enfurnar, junto do proprietário, nos cantos mais obscuros da loja e apreciar um misterioso conjunto de livros que Clay Jannon foi proibido de ler. Mas Jannon é curioso...


Dois aspectos do livro me deixaram bem curiosa para lê-lo: a capa, que é muito bonita e transmite certo mistério, e o título, que é bem curioso, sobretudo em relação ao nome 'Mr. Penumbra'. Confesso que essa leitura não estava nos meus planos tão cedo, mas como boa parte da história se passa numa livraria (um dos meus locais preferidos de todos os tempos), tive que fazer uma pequena alteração nas minhas metas.

Vamos ao enredo: diante de uma crise econômica em andamento nos Estados Unidos, Clay Jannon, um web designer, se vê "obrigado" a aceitar um emprego de atendente noturno na Livraria 24 Horas do Mr. Penumbra. Como o próprio nome já indica, é um estabelecimento que funciona o tempo inteiro, mas possui pouquíssimos clientes, cuja esmagadora maioria está envolvida com um conjunto muito restrito de obras, ao qual Jannon deu o nome de Catálogo Pré-Histórico.

Dentre suas atribuições de atendente, Clay deve anotar minuciosamente, num livro de registros, cada aspecto de um cliente que fizer compras na livraria, desde roupas até expressões faciais e aspectos comportamentais. Além disso, a ele não é permitido folhear qualquer livro daquelas estantes "intocáveis".

Ah, esqueci de mencionar, mas a tal livraria é vertical, ou seja, as prateleiras ocupam, basicamente, três andares. O coitado do atendente deve ter bom preparo físico, pois praticamente dança nas escadas que o levam às partes mais altas do estabelecimento.

É claro que aqueles livros tão preciosamente catalogados e colocados à disposição de um número tão restrito e controlado de leitores despertou a curiosidade de Jannon. E é a partir dessa curiosidade que a história vai se desenvolvendo e ganhando um ritmo muito gostoso de se acompanhar, muito envolvente.

Há um enigma escondido nos livros do Catálogo Pré-Histórico que, após resolvido, dá um "passaporte" para que o estudioso busque a resposta para outro enigma: qual o segredo da imortalidade? É para responder a essa pergunta que novas e antigas tecnologias se encontram; que passado, presente e futuro se entrelaçam. É muito interessante perceber como os personagens do livro se unem para chegar a uma conclusão.

Aliás, os personagens são muito envolventes. Todos são muito bacanas, cada um com sua peculiaridade. É claro que, na minha opinião, o Mr. Penumbra é o melhor de todos! O simpático velhinho é realmente muito carismático. \o/

Ah, e tem nerds! Eu adoro nerds!
Inclusive, Clay Jannon e seu melhor amigo Neel são fissurados por uma série de livros intitulada As Crônicas da Balada do Dragão, escrita por Clark Moffat. Essa série será muito mencionada no decorrer das páginas e terá o seu devido destaque.

A escrita do texto flui facilmente e a premissa é muito interessante. O ambiente da livraria, tal como foi descrito no livro, é muito instigante, assim como a própria personalidade do Mr. Penumbra. Só achei que toda a trama envolvendo a "grande questão", o "enigma dos enigmas" (essas nomenclaturas não aparecem no livro, ok? fui eu mesma que inventei *__*), devesse conferir à história um pouco mais de emoção e envolver, de fato, o leitor. Embora eu estivesse curiosa, não era aquela curiosidade avassaladora, sabe? Foi normal. O autor deveria nos ter deixado mais ansiosos pela resposta.

Mas, de toda forma, é um bom livro!

Obs.: a obra foi lançada em 2013 pela Novo Conceito. Li em e-book e gostei muito da experiência.

Recomendo a leitura!

Abraços e até a próxima!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Maus: a história de um sobrevivente, de Art Spiegelman

Sinopse:

Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, Maus ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas: história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume.

Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço às dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.


Já mencionei aqui no blog o quanto eu considero interessantes as histórias sobre a Segunda Guerra Mundial (desde os seus antecedentes até suas ramificações). Quando tomei conhecimento de Maus: a história de um sobrevivente, senti que iria gostar muito da obra. Felizmente, acertei.

Este texto não pretende ser uma resenha, afinal, o livro é tão fantástico que nada do que eu diga aqui será suficiente. Portanto, contento-me em apenas comentar, sem pretensões, sobre o livro que, com certeza, será o destaque das minhas leituras de janeiro.

Conforme a sinopse já adianta, o livro conta a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu a Auschwitz, o campo de concentração mais famoso de todos os tempos. Ele narra toda a sua trajetória ao seu filho (e autor da obra) Art, meio a contragosto, pois em determinado momento ele afirma que fez questão de 'esquecer' tudo o que havia acontecido naqueles dias tão terríveis e que só estava relembrando os fatos por causa das perguntas de seu filho. Confesso que achei Art muito insensível; tive a sensação de que ele via na figura de seu pai apenas uma fonte de informação para o seu trabalho, esquecendo-se, muitas vezes, de como tudo aquilo era doloroso para ele e de como sua saúde estava debilitada. Cabe mencionar, entretanto, que demonstrar ao leitor essa "insensibilidade" foi muito "nobre", ou seja, ele foi sincero, não escondeu o que estava, de fato, pensando sobre as coisas que estavam acontecendo.

Vladek, por outro lado, possuía uma personalidade, por vezes, intratável. Era mesquinho, sovina e racista (justo ele!). O autor, mais uma vez, não fez questão de omitir esse fato aos seus leitores, ou seja, não romantizou o protagonista. Por causa disso, a história tornou-se muito real, humana e próxima. No desenrolar das interações entre pai e filho era possível sentir as emoções e 'pensar o pensamento' (eu sei que isso ficou estranho) de todos os personagens: às vezes eu sentia raiva de Vladek, mas por outro lado, me sentia comovida; da mesma forma, ficava revoltada com o comportamento de Art, mas entendia que era muito complicado lidar com seu pai. É um livro que envolve demais, sem sombra de dúvidas.

O livro foi magistralmente construído e, por ser em quadrinhos, o texto ficou bem objetivo. Não foi preciso fantasiar, pois tudo o que tinha que ser dito e sentido estava lá. Tratar os diferentes grupos como diferentes animais foi uma sacada simplesmente sensacional: temos os judeus como ratos, os alemães como gatos (que apropriado!), os poloneses como porcos, os estadunidenses como cães, os franceses como sapos e os suecos como renas. Se todos tivessem sido retratados como humanos, de fato, o apelo não teria sido tão grande, não teria causado o mesmo impacto. Foi chocante sentir a fragilidade dos ratos diante dos gatos e até mesmo dos porcos. Os desenhos possuem uma qualidade extraordinária, transmitindo com maestria todas as sensações de angústia, dor, fome, tensão, frio, doença e, principalmente, impotência diante de tudo o que estava acontecendo.

É comovente!

Sobreviver naquelas condições era uma questão de sorte e, de certa forma, estratégia. Num determinado momento, o 'psi' (o autor se refere ao profissional desta forma) pergunta a Art se ele sente admiração por seu pai, por ele ter sobrevivido a Auschwitz; diante da resposta positiva, ele diz que sempre associamos o 'viver' à vitória, assim como associamos o 'morrer' à derrota, mas naquele contexto, viver ou morrer era aleatório. E, de fato, o relato demonstrou isso muito bem.

No meu entendimento, o autor estava escrevendo o livro mais para si mesmo do que para os outros. Prova disso é que Art se sentiu totalmente perdido quando a primeira parte da obra foi publicada e fez o maior sucesso. Todas as entrevistas e as propostas de negócio o deixaram 'pequenininho', como se tudo aquilo fosse demais para ele. Em uma de suas inúmeras declarações ele afirma que não queria provar nada a ninguém com aqueles quadrinhos. Talvez nem ele mesmo soubesse o que o levou a publicar a história de seu pai. Acredito que, para Art, entender exatamente como as coisas aconteceram e compreender todo o sofrimento pelo qual seus pais passaram fosse essencial para descobrir mais sobre si mesmo. Talvez seja esse o motivo de toda a sua ansiedade para obter os dados, muitas vezes 'passando por cima' dos sentimentos de seu pai.

Não posso deixar de parabenizar à Companhia das Letras pelo excelente trabalho na edição, diagramação e impressão do livro. Da capa à contracapa, é uma perfeição só. Cabe mencionar que este é o volume único, ou seja, a história completa (anteriormente, o livro havia sido publicado em duas partes). 

Recomendo demais a leitura!

Abraços e até a próxima!


Página do Memorial and Museum Auschwitz-Birkenau:
http://www.auschwitz.org/

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Resenha | Psicose, de Robert Bloch

Sinopse:

Livro que deu origem ao mais famoso filme de suspense de todos os tempos, Psicose conta a história de Mary Crane, que foge após roubar o dinheiro que foi confiado a ela para depósito num banco. Então ela vai parar no Bates Motel, cujo proprietário é Norman Bates, um homem atormentado por sua mãe controladora. Belo suspense, de tirar o fôlego!


Confesso a vocês que nunca havia assistido ao filme Psicose, de 1960, dirigido pelo famoso Alfred Hitchcock, pois sempre tive muito medo. Não gosto de filmes de terror e tenho algumas ressalvas quanto a suspense. Sempre ouvia minha mãe fazendo boas referências ao Norman Bates e sua casa "fantasmagórica", mas realmente nunca tive interesse no assunto. Da mesma forma, eu nem mesmo sabia que o filme tinha como inspiração um livro, homônimo, escrito por Robert Bloch em 1959 (sou a informação em pessoa, como podem perceber).

Fui apresentada ao livro enquanto assistia ao vídeo feito pela Vevsvaladares, no YouTube (link ao final da postagem), e me encantei pela capa sensacional e pela resenha feita por ela. Passado o momento de surpresa (como já mencionei anteriormente, eu não sabia que existia um livro), resolvi vencer minhas limitações e comprei o livro. Li assim que chegou e, como eu já imaginava, a obra não só se tornou o destaque das minhas leituras de dezembro como também tornou-se um dos melhores livros lidos em 2013.

Psicose foi inspirado no caso de Ed Gein, assassino de Wisconsin que tinha fixação pela sua mãe, uma mulher extremamente controladora. Lendo sobre a história de Gein, podemos traçar muitos paralelos com o personagem deste livro, Norman Bates, principalmente no que se refere ao relacionamento entre mãe e filho. Mais detalhes poderão ser spoiler para quem não conhece a história, assim como eu não conhecia.

Conforme a sinopse já adianta, Mary Crane, num belo dia, rouba quarenta mil dólares da imobiliária na qual trabalhava (ela deveria depositar o dinheiro no banco, conforme orientação do seu chefe) e foge, com a intenção de ir à Fairvale, local onde seu noivo morava/trabalhava. Ela se perde durante a fuga e, como estava chovendo muito naquela noite, resolve se hospedar num motel (hotéis em beiras de estrada), ou melhor, no Bates Motel. Ela era a única hóspede, já que o local era meio abandonado por aquela não ser mais a estrada principal. O que acontece depois disso é que a moça some sem deixar rastros (e não posso contar mais, obviamente, senão estraga a surpresa). Sua irmã, Lila, sai para procurá-la, juntamente com Sam (o noivo) e Arbogast (o detetive particular da imobiliária). A história prossegue com as investigações do desaparecimento e todos se envolvem no drama.

A história é contada de maneira relativamente simples, bem objetiva, com linguagem acessível (mesmo em relação às explicações psicológicas) e descrições muito satisfatórias. Aliás, por ser um texto objetivo, o autor não se "perde" em detalhes desnecessários. A leitura flui com uma facilidade impressionante. Quanto às explicações "técnicas", não sei precisar se foi suficiente ou se estava correto, afinal, não sou da área e muito menos entendo os mistérios que cercam nosso cérebro, portanto, no meu entendimento, o final é aceitável. Se alguém tiver alguma posição sobre o assunto, por favor, compartilhe! :)

Quanto à edição da DarkSide, sem palavras!
A capa é sensacional (e emblemática), os inícios de capítulo foram muito bem pensados, quase não há erros de digitação (me lembro de apenas um) e o espaçamento entre linhas (e a própria fonte) torna a leitura muito agradável. Observem as fotos:



Há quase cinquenta anos não tínhamos uma edição de Psicose aqui no Brasil. Posso assegurar que a volta foi triunfal.

Após gostar tanto da leitura, resolvi assistir ao filme (olha que evolução, minha gente!). Assisti agora em janeiro e... AMEI!

Claro que não entendo muita coisa sobre filmes, pois já mencionei aqui que não sou uma grande fã da sétima arte, mas gostei muito da experiência. Pelo que andei lendo por aí, o filme foi, em alguns aspectos, ousado e inovador para época. O que mais comentam é o fato de a protagonista ser morta antes dos trinta minutos iniciais e, ainda assim, o filme não perder nem um pouco o ritmo (muito pelo contrário). Gostei da atuação de todos os atores, embora a descrição física do Norman não tenha sido seguida no filme (claro que preferi o Norman do filme - Anthony Perkins fofo *__*).

Quanto às minhas preferências, achei que os dois foram ótimos à sua maneira. O livro, obviamente, é mais completo, mas o filme não deixou a desejar. Como fiz a leitura primeiro, não tinha ideia dos personagens e dos cenários. O que aconteceu foi que minha ideia em relação à aparência dos personagens divergiu do que foi apresentado no filme mas, por incrível que pareça, tanto o motel quanto a casa do Norman eram bem próximos do que eu havia pensado (tudo bem que há uma imagem da casa na edição da DarkSide, mas eu não havia reparado muito bem nela, então não conta, né? :D).

Trailer do filme:



Para quem ainda não leu o livro e/ou não assistiu ao filme, por favor, faça isso o mais rápido possível!
Não irá se arrepender! ;)

Para finalizar, só mais uma informação: foi lançada em 2013 uma série intitulada Bates Motel, na qual é contada a história de Norma (a mãe) e Norman Bates antes da época em que se passa Psicose. Ainda não conferi, mas tal tarefa já foi programada para as próximas semanas. A primeira temporada já acabou e conta com 10 episódios. A segunda temporada já foi confirmada. Assim que eu assistir, volto com um post complementar.

Trailer da série:


Links:

Vídeo da Vevsvaladares sobre o livro, o filme e a série.
http://www.youtube.com/watch?v=A6Z7aQEDIrE

Um dos muitos links sobre Ed Gein:
http://oserialkiller.com.br/ed-gein/

Resenha (muito mais apropriada) do filme Psicose:
http://www.espectadorvoraz.com/2013/10/resenha-de-filme-psicose-psycho.html


Livro e filme mais do que recomendados!

Abraços e até a próxima!

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Resenha | O ancião que saiu pela janela e desapareceu, de Jonas Jonasson

Sinopse:

Está tudo pronto para a festa do centenário de Allan Karlsson: o prefeito está lá, a imprensa, a equipe inteira do asilo onde ele mora, todos querem comemorar. O único problema é que Allan não está nem aí para a festa. Pular a janela e explorar o mundo parece muito mais divertido - mesmo que ele esteja só de pantufa e pijama e que, nem tão sem querer, se apodere de uma mala com milhões e milhões de coroas suecas, propriedade de uma gangue pra lá de perigosa.

Ao acompanhar as divertidas desventuras desse senhor muito particular, em fuga de mocinhos e bandidos, vamos conhecendo melhor a história do homem que presenciou algumas das mais inusitadas experiências e conheceu muitos dos personagens emblemáticos do século XX.


Este livro já apareceu aqui no blog duas vezes: a primeira foi no post sobre minhas metas literárias para 2014 e a segunda no texto sobre minhas aquisições de dezembro de 2013. Confesso que sou uma pessoa muito desinformada no quesito 'lançamentos literários', portanto, quando fiz um passeio aleatório numa livraria e, totalmente sem querer, me deparei com este livro, fiquei muito surpresa e empolgada com a sinopse pra lá de interessante. Levando em consideração o ótimo trabalho feito pela Record em relação à capa (que chama muito a atenção), não pensei duas vezes e trouxe o livro para casa. E ainda bem que fiz isso! O livro é realmente sensacional! Posso afirmar com certeza que, pelo menos em relação à literatura, comecei muito bem o ano! :)

Conforme a própria sinopse retrata muito bem, Allan Emmanuel Karlsson, um velhinho muito esperto e simpático, resolve fugir da Casa de Repouso onde mora bem no dia do seu centésimo aniversário. Para incrementar o cenário (e deixar a história bem mais emocionante), ele rouba uma mala contendo uma enorme quantia de dinheiro (ele não sabia disso, claro), pertencente a uma gangue muito perigosa (ele também desconhecia esse fato). A partir daí, o autor narra as aventuras do centenário no tempo presente e no tempo passado, enumerando e descrevendo todas as aventuras vividas e todas as pessoas conhecidas por este tão carismático personagem ao longo de sua vida.

É a primeira vez que leio um livro sueco e gostei muito da experiência. O autor é muito objetivo e a forma como ele narra os acontecimentos é muito envolvente. Nem todas as interações verbais entre os personagens são escritas em forma de diálogo, ou seja, algumas conversas são incorporadas na narrativa através de parágrafos "normais", por assim dizer. Como eu provavelmente não consegui explicar muito bem, transcreverei um trecho:

"Quando Julius sugeriu que os dois tomassem a saideira "como sobremesa", Allan respondeu que esse tipo de sobremesa sempre foi seu fraco mas que, antes de mais nada, ele precisava usar o banheiro, caso houvesse um no prédio." p. 21.

O trecho acima poderia muito bem ter sido escrito em forma de diálogo, entretanto, o autor optou por essa forma corrida. No início estranhei um pouco, mas depois me acostumei e até gostei! Conferiu mais agilidade e objetividade à história.

O "problema" (não é um problema de fato, só para esclarecer) de se ler um romance sueco são os nomes das cidades e dos personagens, que são bem complicados (exceto o do protagonista - ainda bem! - e de algumas raras outras figuras do livro). Isso, entretanto, não prejudicou em nenhum momento a leitura (só dá mais trabalho para pensar na pronúncia dos nomes, mas nada grave). Na realidade, achei até divertido! Ô nomezinhos estranhos! :)

Outra qualidade do livro é nos fazer rir! Impressionante! A forma de pensar e agir de Allan é, por si só, muito divertida, mas como se não bastasse, a história é magistralmente narrada, de maneira descontraída, engraçada e muito criativa. Os personagens históricos também foram muito bem desenvolvidos, conferindo leveza ao texto. Stalin, Mao Tsé-Tung, Harry S. Truman, Winston Churchill e muitos outros fazem parte desta obra de uma maneira que torna muito agradável ler sobre os acontecimentos que marcaram o século XX (nada disso é spoiler, pois as informações mencionadas encontram-se nas orelhas do livro).


A capa é simplesmente sensacional (e esse velhinho é muito fofinho *__*), com uma textura meio áspera, mas muito agradável (não irrita e nem dá aflição, pelo menos no meu caso). Os demais trabalhos gráficos (capa, contracapa, orelhas) também são muito bons. O problema é que, assim como quase todos os livros da Record, há algumas falhas na digitação: letras trocadas, letras excedentes etc., mas nada que comprometa o andamento da leitura.

Enfim, é um livro recomendadíssimo!

Abraços e até a próxima!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Resenha | O Alquimista, de Paulo Coelho

Sinopse:

O jovem pastor Santiago tem um sonho que se repete. O sonho fala de um terouro oculto, guardado perto das Pirâmides do Egito. Decidido a seguir seu sonho, o rapaz se depara com os grandes mistérios que acompanham a raça humana desde a sua criação: o Amor, os sinais de Deus, o sonho que cada um de nós precisa seguir na vida.

A peregrinação de Santiago, narrada pelo escritor Paulo Coelho em O Alquimista, transformou-se num dos maiores fenômenos literários. Caminhando em uma caravana pelo deserto do Saara, ele entra em contato com pessoas e presságios que lhe indicam o caminho a seguir. Entre eles, um misterioso personagem - um Alquimista. É ele quem irá ensiná-lo a penetrar na Alma do Mundo e a receber todas as pistas necessárias para chegar até o tesouro.


Quando li O Alquimista pela primeira vez, há dez anos, lembro-me de ter gostado muito da história (muito mesmo!), talvez por boa parte dela se passar no Egito (uma das minhas paixões *__*), talvez por ser um dos primeiros livros da minha coleção. Não sei bem ao certo os motivos, só sei que durante muito tempo este foi um dos meus livros favoritos.

De tanto as pessoas falarem mal de Paulo Coelho, criticarem a qualidade de sua obra, enfim, apedrejarem-no das mais variadas formas, resolvi, dez anos depois, fazer uma nova leitura da obra, agora com um olhar crítico no lugar do deslumbrado, e vamos às considerações...

Obs.: este é o único livro do autor que eu já li.

Posso afirmar, com toda a certeza, que continuo gostando muito do livro, mas com algumas ressalvas. Entendo esta história como um tipo de fábula, portanto, os fatos não remetem à realidade. Por exemplo, acho quase impossível alguém se mandar para outro país em busca de um tesouro que pode nem existir, só porque sonhou duas vezes com algo próximo disso. Por outro lado, penso que tal alegoria foi utilizada para que nós, de certa forma, não deixemos de lado nossos sonhos ("factíveis" - ou não, dependendo do caso - por assim dizer), ou seja, precisamos acreditar em nós mesmos, percebendo e se importando com cada pequena coisa que acontece ao nosso redor. É um livro que nos faz refletir da primeira à última página.

Os problemas que identifiquei, no entanto, acabam prejudicando um pouco a empolgação na leitura. Em primeiro lugar, achei o livro bem mal escrito: problemas na concordância, alguns erros de grafia e até mesmo má construção de frases. Se fosse um errinho no começo e outro no final até passaria sem maiores traumas, afinal, acontece (não deveria, já que há revisores por trás dessas publicações), mas um atrás do outro fica complicado de aceitar. Em segundo lugar, algumas das ideias trabalhadas no livro foram exaustivamente repetidas como, por exemplo, o conceito de Lenda Pessoal, que é abordado e explicado do início ao fim da história. Da mesma forma, a orientação para seguir os sinais de Deus e ouvir o Deserto, bem como o conceito de Alma do Mundo, também foram muito repetidos, embora em menor grau. Tal repetição cansa o leitor, principalmente porque passa a impressão de que o autor está enrolando (às vezes essa era realmente a intenção...).

Na minha modesta opinião, acredito que o autor poderia ter explorado um pouco melhor nossa língua portuguesa, tão rica em possibilidades. Não falo de escrever algo complexo, com palavras difíceis, mas de trabalhar melhor elaboração das frases e tomar cuidado com certas repetições de conceitos e palavras (uma coisa que me irritou profundamente durante a leitura foi o fato de Santiago ser, a todo o momento, chamado de 'rapaz' - era rapaz pra cá, rapaz pra lá, rapaz não sei onde, era muito chato).

Embora as falhas desmotivem um pouco a leitura, o livro provoca muitas reflexões acerca de quem somos e para onde queremos (e nos permitimos) ir. Pensei bastante sobre os tais sinais de Deus e, de fato, percebi o óbvio que deixamos muitas coisas belas e importantes passarem despercebidas por nós pela pressa, desatenção ou mesmo falta de interesse.

É um bom livro, mas não vá com muitas expectativas, pois você irá se decepcionar (é o que eu acho). O livro está bem longe de ser sensacional (bem longe mesmo), mas eu gosto dele mesmo assim! *__*

Pelo menos por enquanto, não pretendo ler outro livro do autor. Confesso que o que me fez ir atrás desta obra foi o fato de ela se passar, em sua boa parte, no Egito.

Abraços e até a próxima!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Resenha | Deixe a neve cair, de John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle

Sinopse:

Na noite de Natal, uma inesperada tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio romântico, do tipo que se vê apenas em filmes. Bem, mais ou menos. Porque ficar presa à noite dentro de um trem retido pela nevasca no meio do nada, apostar corrida com os amigos no frio congelante até a lanchonete mais próxima ou lidar sozinha com a tristeza da perda do namorado ideal não seriam momentos considerados românticos para quem espera encontrar o verdadeiro amor. Mas os autores bestsellers John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle revelam a surpreendente magia do Natal nestes três hilários e encantadores contos de amor, interligados, com direito a romances, aventuras e beijos de tirar o fôlego.


Gente, que livro mais fofo! Sério mesmo, adorei a leitura! *__*

Muitas pessoas comentaram em suas resenhas o fato de o nome do John Green ter aparecido em primeiro lugar na capa, sendo que o conto dele é apenas o segundo. Até pensei que isso pudesse ser uma jogada de marketing, já que ele é o mais conhecido dos três autores, pelo menos no meu entendimento, mas na ficha catalográfica da obra o nome dele está em destaque, portanto, acredito que seja algo burocrático mesmo. Mas é só uma especulação.

Quanto ao livro, trata-se de três contos de Natal interligados, escritos, na ordem, por Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle. Todos os contos são de 2008, mas a obra só chegou ao Brasil em 2013, lançada pela Rocco.

Eu nunca havia lido contos de Natal antes, mas sempre tive muita curiosidade em fazê-lo, principalmente porque as estações climáticas nos hemisférios norte e sul são sempre opostas. Eu sei como é a época natalina no verão escaldante, portanto, precisava ler algo que me trouxesse *neve* uma perspectiva diferente. Essa leitura foi, portanto, muito interessante para mim.

No primeiro conto, intitulado O Expresso Jubileu, escrito pela Maureen Johnson, Jubileu (sim, esse é o nome da garota) descobre, na véspera de Natal, que seus pais foram presos e ela precisa embarcar, de última hora, num trem que a levará à casa dos seus avós. Só que está prevista a maior nevasca dos últimos cinquenta anos e o trem fica preso no meio do nada por causa disso. O texto, portanto, vai acompanhar os acontecimentos a partir daí. Na minha opinião, é o melhor conto do livro. Angustiante e fofo na medida certa, tocante, de uma sutileza muito marcante.

No segundo conto, intitulado O Milagre da Torcida de Natal, escrito pelo John Green, Tobin, JP e Duke assistiam aos filmes do James Bond, confortavelmente instalados no sofá da casa do primeiro, quando recebem uma ligação de um colega, os convidando para uma saideira "confraternização" em seu local de trabalho, ou seja, uma Waffle House (lanchonete). Os três, portanto, enfrentam a maior nevasca para chegar ao destino, passando por poucas e boas. Esse conto, na minha opinião, foi o mais fraco dos três. A verdade é que não consegui compreender o motivo pelo qual eles decidiram enfrentar toda aquela neve para chegar à lanchonete. Foi bobo. O romance foi muito legal e fofo, muito gostoso de se ler, mas parou por aí. Não desgostei, mas achei que poderia ter sido melhor, principalmente porque foi escrito pelo John Green, um autor tão superestimado por quase todo mundo (eu já havia dito aqui no blog que não gostei muito de A culpa é das estrelas).

No terceiro e último conto, intitulado O Santo Padroeiro dos Porcos, escrito pela Lauren Myracle, acompanhamos Addie, uma garota que havia terminado recentemente seu namoro, por um determinado motivo, e acaba passando por um momento de crise e reflexão por causa disso. Esse conto passou uma mensagem bem interessante, sobre sermos menos egoístas e aceitarmos (e compreendermos) as diferenças e as "limitações" das outras pessoas (inclusive de nós mesmos). Foi o texto mais profundo dos três, na minha opinião. Além disso, foi o "encarregado" de juntar todos os personagens dos contos anteriores.

Em termos gerais, gostei bastante do livro. A leitura é rápida, divertida e fofa. A escrita flui com uma facilidade impressionante e os cenários são muito bacanas. Juro que senti a neve no meio de todo esse calor insuportável! :)

A ideia de interligar as histórias foi muito válida, pois tornou o livro bem mais interessante. Foi muito divertido ler os personagens de um conto palpitando no conto do outro. Enfim, é um livro muito leve, focado na época natalina, mas que pode ser lido em qualquer momento e em qualquer lugar!

Recomendo a leitura! 

Abraços e até a próxima!