segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Resenha | O Assassino das Sombras, de Matthew Scott Hansen


SINOPSE
Inspirado na lenda do Pé Grande, Matthew Scott Hansen faz o leitor pensar duas vezes antes de acampar. É que em seu primeiro romance o camping se torna um pesadelo. Nas montanhas do noroeste dos Estados Unidos, perto de Seattle, aventureiros descuidados provocam um enorme incêndio florestal – o que desencadeia uma sangrenta vingança. Morador da floresta, um gigantesco primata de espécie desconhecida começa a caçar os visitantes.
À medida que as pessoas começam a sumir das florestas próximas, o ex-magnata do software Ty Greenwood põe em risco a carreira, a fortuna e a família para descobrir por quê. Atormentado por seu próprio encontro com uma criatura semelhante três anos antes, Ty vê seu passado colidir com o que desconfia estar acontecendo. Dessa vez, porém, não percebe que as apostas são muito mais altas.
Em sua busca por dois dos desaparecidos, o inspetor do Departamento do Xerife de Snohomish Mac Schneider descobre uma pegada enorme. Seria uma falsificação, ou haveria na floresta algo que se deva de fato temer? Apesar dos indícios que vão se acumulando, Mac tem medo de ser ridicularizado, e reluta em revelar que o mito pode, na verdade, ser uma aterradora realidade.
Junta-se à busca um velho ator índio que carrega um segredo perturbador: um importante personagem tem uma conexão mística com o monstro. Será que eles conseguirão pôr fim à sua ira mortífera antes de o primata assassino destruir tudo que lhes é mais caro?
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Sinceramente, acho que fazia um SETE anos que esse livro estava parado na minha estante. Infelizmente, tive uma fase muito consumista em relação a livros e nem sempre avaliava direito o que comprava; adquiria apenas porque estava em promoção. Felizmente melhorei muito nesse aspecto e, melhor ainda, resolvi finalmente desencalhar essa belezinha. Já adianto uma coisa: o dinheiro gasto valeu a pena!

NARRATIVA: O texto é fluido e dividido em capítulos curtos, facilitando a leitura. A narração é feita em terceira pessoa e sob vários pontos de vista, o que dá ao leitor uma visão ampla da trama. Considerei algumas passagens desnecessárias, mas no geral não há enrolação; pode-se dizer que o conteúdo é objetivo.

PERSONAGENS: Alguns personagens são muito interessantes, como Ben Campbell (o índio), a criatura desconhecida e Ty Greenwood. A única evolução perceptível é a do monstro, mas não num sentido muito bom: a cada página ele vai ficando mais e mais violento; seus pontos de vista acrescentam muito à obra, criando verdadeiros momentos de tensão. Ben Campbell e Ty Greenwood possuem ligações com esse primata, embora de naturezas bem diferentes; acredito que é essa relação, devidamente explicada, que faz com que esses personagens se tornem especiais. Por outro lado, alguns personagens são um pé no saco. Fiquei profundamente chateada com o desenvolvimento de Kris Walker, a repórter bonitona e sem escrúpulos, porque já estou cansada de encontrar esse tipo de papel para a mulher na literatura: a gostosa que venceu na vida transando com as pessoas certas, que não mede esforços para conseguir o que quer e não se importa com ninguém porque já sofreu muito na vida. Me poupe.

A TRAMA: O livro é inspirado na lenda do Pé-Grande, portanto, não há nenhum mistério sobre o que está rondando a floresta. O grande X da questão é saber como e se essa criatura será capturada e quanto mal ela fará até lá. Algumas cenas de ataque são bem detalhadas, portanto, não recomendo a leitura para uma pessoa sensível. O final me deixou um pouco insatisfeita, pois achei inverossímel dadas às circunstâncias, mas tudo bem, nada que comprometa a história.

Concluindo: recomendo a leitura, exceto se você for uma pessoa sensível a descrições um pouco violentas. Apesar do desenvolvimento insatisfatório de alguns personagens e de um final levemente inverossível, o livro é muito bom!

Até a próxima, pessoal!


Informações gerais
Título da obra: O Assassino das Sombras
Autor(a): Matthew Scott Hansen
Ano da edição lida: 2007 
Editora: Objetiva/Suma de Letras
Páginas: 539
Classificação: ✯✯✯✯

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Resenha | Frankenstein, de Mary Shelley


SINOPSE
Neste clássico da literatura ocidental, o suspense percorre todo o romance, do início ao fim. Inebriado por uma sociedade cientificista e encantado com a alquimia medieval, um estudante decide criar um ser humano. Quando, porém, ele dá o sopro de vida à criatura, é tomado de horror e foge, abandonando sua invenção. Com uma personalidade a um só tempo dócil e cruel, forjada numa existência solitária no mundo, o monstro decide ir atrás de seu criador, mas é novamente rejeitado. Amargurado pelo modo odioso com que é tratado pelas pessoas, inicia a mais cruel das vinganças, que desencadeia uma dupla perseguição e um inevitável fim trágico.
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Quem mais aí pensou, em algum momento da vida, que Frankenstein fosse o monstro? Pessoa, você não está sozinha! kkkkkkkk Em minha defesa, descobri meu equívoco muitos anos antes de me atrever a ler esse livro! :D

Na obra, que é um clássico da literatura, Victor Frankenstein é um jovem estudante muito dedicado e completamente obcecado por conhecimento. Nessa sua obsessão, resolve criar um ser humano... e consegue! O problema é que essa criatura tem uma aparência incomum e acaba despertando "nojo" em seu criador, que foge. Sozinha no mundo e completamente desnorteada, a criatura parte em busca de seu idealizador. Esse reencontro promete altas tretas!

De um lado temos a criatura, que a princípio só quer fazer o bem e ser amada, mas é corrompida pelo modo como é desprezada pelos homens. Por outro lado, apesar de seus erros, todo sofrimento de Victor Frankenstein é inimaginável. Não tem como ficar indiferente a esse livro, pois são muitas emoções que o permeiam. É, com certeza, uma história de partir o coração.

A narração é dividida entre vários personagens. No começo, temos um navegador/marinheiro que se comunica por cartas com sua irmã (é ele quem abre e fecha o livro); é a partir desse personagem que Victor Frankenstein será introduzido e assumirá a narrativa por grande parte da obra, contando toda a sua trajetória até ali. No meio da trama temos a narração da própria criatura que é, sem dúvida, a parte mais emocionante do livro. Não tem como NÃO se comover!

O livro foi publicado pela primeira vez em 1818, então a linguagem não é nada contemporânea (é das antigas mesmo kkkk). No começo a leitura pode até parecer arrastada e complicada, mas depois o leitor se acostuma e a trama assume outros ares. Acredito que se o tradutor tivesse dado uma atualizada no texto, a obra perderia todo o seu encanto.

É um livro maravilhoso e recomendo muito a leitura!

Até a próxima, pessoal!


Informações gerais
Título da obra: Frankenstein
Autor(a): Mary Shelley
Ano da edição lida: 2015
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 240
Classificação: ✯✯✯✯

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Resenha | Evangelho de Sangue, de Clive Barker


SINOPSE
Clive Barker retorna à sua poderosa voz narrativa em grande estilo. Evangelho de Sangue é o sombrio, sangrento e brutal épico do terror, narrado pelo mestre inquestionável do gênero, e ansiosamente aguardado pelos fãs.
Evangelho de Sangue oferece uma junção clara dentro do universo de Barker. Os leitores mais atentos já perceberam que as histórias dele se passam em um mesmo universo, mas, agora, o mundo de Hellraiser é explicitamente unido ao do detetive Harry D’Amour – que aparece em outras histórias do autor, como o conto “The Last Illusion”, presente no sexto volume dos Livros de Sangue, e no romance Everville.
D’Amour, que se dedica a investigar casos sobrenaturais, mágicos e malignos, vem encarando seus demônios pessoais há anos. Quando ele se depara com uma Caixa das Lamentações, seus demônios internos são substituídos por demônios de verdade conforme ele se vê enredado em um terrível jogo de gato e rato, absolutamente complexo, sangrento e perturbador. Evangelho de Sangue reconduz os leitores ao tempo marcado por dois de seus mais icônicos personagens, que conduzem a história em uma batalha entre o bem e o mal tão antiga quanto o tempo, onde o autor conecta a mitologia de Hellraiser ao Inferno bíblico.
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Quando peguei esse livro para ler pela primeira vez, em dezembro de 2016, fiquei traumatizada com o prólogo e não quis saber dele por um tempo. Mas como sou brasileira e não desisto nunca, coloquei-o na meta de 2017 e, em maio, nas minhas férias, finalmente criei coragem para lê-lo. Sinceramente, nem era pra tanto, vai... Sou mesmo uma #dramaqueen. Fala sério.

No prólogo, Pinhead (ou o Sacerdote do Inferno, mas Pinhead é mais degradante e, portanto, mais adequado) está completamente maluco e sanguinário e destrói tudo (ou todos) que vê pela frente. Como eu disse anteriormente, fiquei bastante chocada numa primeira leitura, já que tem muito sangue e vísceras rolando por toda parte, mas depois achei que não foi tão grave assim (quer dizer, foi, mas eu não liguei). Pinhead estava em busca de conhecimento, portanto, caçou todos os magos do mundo em busca de sabedoria. E por que ele queria tanto saber? Só lendo para descobrir, porque não vou contar! :D

Do outro lado, temos Harry D'Amour, um investigador de casos sobrenaturais, que acaba caindo numa armadilha e abrindo a Caixa das Lamentações (quem já leu Hellraiser sabe quão adoráveis são as coisas que acontecem com quem abre essa belezinha #ironia). E quem aparece para Harry? Pinhead, é claro! O Sacerdote do Inferno o convida para testemunhar certos fatos que acontecerão no Inferno. A princípio, Harry recusa, mas não é como se ele tivesse muitas opções, né? Pinhead apronta uma para cima dele que o deixa sem escolhas, portanto, a maior parte do livro se passa no Inferno, quando D'Amour e seus amigos partem em busca do cenobita para testemunhar o que quer que seja.

Para ser sincera, eu estava esperando um livro bem gore, com muito sangue, vísceras, desmembramentos e todas essas coisas *nojentas* voando pra lá e pra cá, mas felizmente isso não aconteceu. No prólogo realmente tem isso, mas depois a trama assume ares mais aventureiros. Gostei muito da representação do Inferno, combinou com o clima do livro e tornou tudo bem mais interessante. Gostei também do Harry e seus amigos, são personagens muito carismáticos que contribuíram bastante para o desenvolvimento da história.

O que me deixou um pouco chateada foi o comportamento do Pinhead. Pela fama que ele e todos os cenobitas têm, achei que suas ações no livro deixaram a desejar. A "batalha final" também não me agradou, foi bem frustrante. Isso vai parecer meio contraditório, porque eu acabei de mencionar que esperava um pouco mais do Sacerdote do Inferno (no sentido de ser mau), mas lá pelo final da trama ele faz uma coisa que me deixou bem pistola, foi desnecessário, não era bem naquilo que eu estava pensando quando disse que queria mais maldade.

Enfim, é um livro bom. O universo que Clive Barker criou é interessantíssimo, assim como os próprios cenobitas e todo o esquema da Caixa das Lamentações, sem dúvida. Meu problema com essa obra está no comportamento e nas motivações do Pinhead e na batalha final. Hellraiser é infinitamente melhor! Mesmo assim, se você tem interesse nesse tipo de história, eu recomendo, sim, a leitura. Até porque, pode ser que você goste muito da trama. :)

Obs.: Evangelho de Sangue NÃO é uma continuação de Hellraiser (e nem o contrário).

Até a próxima, pessoal!


Informações gerais
Título da obra: Evangelho de Sangue
Autor(a): Clive Barker
Ano da edição lida: 2016
Editora: DarkSide Books
Páginas: 320
Classificação: ✯✯✯