sábado, 11 de julho de 2015

Resenha | Marina, de Carlos Ruiz Zafón

Sinopse:
 
"Em maio de 1980, desapareci do mundo por uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. [...] Uma semana depois, um policial à paisana teve a impressão de conhecer aquele garoto; a descrição batia. O suspeito vagava pela estação de Francia como uma alma penada numa catedral de ferro e névoa. O policial me abordou com um ar de romance de terror. Perguntou se meu nome era Óscar Drai e se era o rapaz que havia sumido sem deixar rastros do internato onde estudava. [...] Na época, não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele. Quinze anos depois, a memória daquele dia voltou para mim. Vi aquele menino vagando entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina se acendeu de novo como uma ferida aberta."


A maior lição que aprendi com esta leitura foi: nunca julgue um livro sem antes conhecer, de fato, seu conteúdo. Durante anos mantive Marina abandonado em minha estante por acreditar que suas páginas continham uma trama maçante e melosa. Ledo engano! Trata-se de uma história extremamente envolvente, uma verdadeira mistura entre suspense, fantasia, terror e romance.

Óscar Drai é um garoto solitário, de 15 anos, que vive num internato em Barcelona. Em uma de suas inúmeras fugas, depara-se com um casarão que, aparentemente, encontrava-se abandonado. Ao investigar melhor, descobre que ali vivem Marina - uma garota que possui, aproximadamente, a sua idade - e seu pai idoso, Germán (ah, tem também o gato de Marina, Kafka). Os três se tornam muito próximos. Num de seus passeios, Óscar e Marina presenciam uma cena peculiar em um cemitério e resolvem investigar.

A partir daí, os dois se veem mergulhados numa envolvente história de amor, ganância e muito mistério, que se refere a um estrangeiro que ficou rico na Espanha muitos anos antes. No meio de toda essa confusão, Óscar ainda tem que lidar com seus sentimentos por Marina e com sua preocupação pela saúde frágil de Germán.

A escrita de Zafón flui com uma facilidade impressionante. Tudo é descrito de forma poética: desde as ruas abandonadas de Barcelona até o sopro do vento. O livro consegue manter a atenção do leitor do início ao fim e provoca inúmeras reações. Ao terminar a leitura, fica aquela sensação: "o que farei agora?". Marina prova que não é preciso milhares de páginas ou até mesmo séries gigantescas e intermináveis para se contar uma excelente e inesquecível história.

O que eu sei é que a Espanha nunca esteve no meu "Top 10 - Países que quero muito conhecer", mas depois de ler esta obra, Barcelona despertou minha curiosidade em seu nível máximo.

LEITURA RECOMENDADÍSSIMA! ;D



- De nada adianta toda a geografia, trigonometria e aritmética do mundo se você não souber pensar por si mesmo - argumentava Marina. - E nenhum colégio ensina isso. Não está no programa. (p.49)

[...] Somos frágeis. Criaturas passageiras. Tudo o que resta de nós são as nossas ações, o bem e o mal que fazemos a nossos semelhantes. [...] (p.154)

Dá para extrair reflexões importantíssimas das duas citações, não é mesmo? Este é, com certeza, um dos melhores livros que já li em toda a minha vida.

Abraços e até a próxima!



Informações gerais 
Título da obra: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Ano da edição lida: 2011
Editora: Objetiva/Suma de Letras
Páginas: 192
Classificação no Skoob: ✯✯✯✯✯ ♥

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